segunda-feira, 30 de julho de 2012

Trabalho de Parto por Indução

Desculpe se parecer dramático este post. Não é minha intenção, até porque  este espaço não é pra eu simplesmente sair contando aos quatro ventos sobre minha vida, tão pouco para lamentações, ou pelo menos não quero fazer deste espaço tudo isso que citei!  Mas sei que aqui posso partilhar essa história e meu sonho de ser mãe, alertar a outras mulheres com  o mesmo diagnóstico de IIC que tenho, partilhar com vocês também das  suas histórias, sonhos de tantas tentantes que conheci por aqui e que são mulheres forte que tem sido mega carinhosas comigo enviando recadinhos cheios de esperança e animo, e que sei que acompanharam e verão meu milagrinho em forma de um ser humano em meus braços, assim como eu quero ver o milagrinho de cada uma de vocês! Só que não dá pra contar essa história sem reviver, sentir, sem chorar. Ainda mais esta semana que esta difícil suportar. Muita saudade, sabe?! Mesmo sem que você possa enxergar, cada letra contida neste post marca minhas lágrimas da saudade da minha pequena e sendo sincera, da tristeza que insiste em me seguir...

Dia 04  de Novembro de 2011
O relógio na parede do pré parto marcava 6: 53 am. A esta hora estava sendo passado o plantão entre enfermeiros/auxiliares e médicos. O Dr. Que havia me recebido na noite anterior diz a médica que o meu sangramento estava agora discreto, sem contrações, e que a paciente (eu) não se queixa mais de dores. A médica que iniciou o plantão naquela manhã fora a mesma que me atendeu da primeira vez que estive no C.O. quando da minha internação  - Dra. Francine, falei dela nos primeiros post, se você leu deve se lembrar a maneira com a qual ela tratou a minha situação inicialmente: pessimismo total!  Lembro que o Dr. Disse a essa médica que eu já poderia retornar ao quarto após o café da manhã, pois estava estabilizado minha situação e a da bebê. E assim, eles seguiram passando a situação da próxima paciente...
Cerca de 30 a 40 minutos depois aparece também a Dra. Thais – aquela outra que havia dado apenas três dias de vida para minha bebe quando fui internada. Parecia até que haviam preparado uma tocai pra mim e para a bebê, duas medica que estavam no mesmo dia da minha internação e que me indicaram provocar o abordo para que “não se prolongasse” aquela situação que para elas não dariam em nada.  
A Dra. Francine se aproxima de mim, pergunta como me sinto, olha o lençol branco para ver como esta o sangramento e realiza o exame de toque: “Estou sentindo a cabeça da bebê aqui, ela esta em posição pra nascer, dilatação e blá blá blá...” “Não Dra. O médico que estava aqui me examinou a menos de uma hora, e esta tudo bem. Ele disse que eu ia voltar para o quarto” eu disse, já com medo daquela louca fazer alguma besteira.
Ao que ela chama a Dra. Thais “Dra. Acho que a bebe esta com a cabeça na posição de nascer, vamos precisar induzir o parto” A Dra Thais examinou e concordou com ela no “acho” porque ela não pediu nenhuma ultrassom pra realmente ter certeza  e também tem um outro aparelho que através dele elas veriam se era a cabecinha da Isabella. Ao questioná-las elas simplesmente começaram a me dar um diagnóstico de morte: “Precisamos induzir, sob risco da infecção generalizar, risco de morte materna, perca total do útero, sua bebê não vai sobreviver, e você pode ter outros filhos, mas neste caso se fizermos uma cesária o risco não compensará. Entre sua vida e da bebê temos de cuidar da sua, pois ela não tem expectativas de vida. Estamos suspendendo alimentação, água, você não poderá comer  nem beber nada para o trabalho de parto, vamos falar com sua mãe (que por sinal já tava fazendo um barraco lá fora), mas não podemos arriscar a sua vida pela da sua bebe.” Eu questionei o que estava acontecendo, afinal o Dr. Acabara de me dizer e dizer a Dra Francine que eu estava bem, eu já me sentia melhor, o sangramento era pouco e o médico disse que eu e a bebe estávamos numa situação estabilizada para subir ao quarto... Em suma: Elas me apavoraram com o que falaram e da forma com que falou, me deixando na ocitona para indução do parto e na bolsa penicilina para conter o risco de infecção generalizada por conta da infecção.
Conversei com minha filha para ela se manter calma pois Deus ia cuidar de nós, tudo daria certo, e enquanto isso cantava a ela “Isabella conta 1”....lembra da musiquinha? rsrs...Minha filha estava se mexendo demais =), mas eu estava preocupada pra saber qual seria o procedimento quando ela nascesse, se eles dariam assistência a ela, e a qualquer um que entrava no pré parto eu logo pergunta sobre como seria essa assistência.
As horas foram passando e eu não sentia tantas dores da indução, mas o sangramento era cada vez mais forte. Do lado de fora, minha mãe fez uma muvuca na porta do C.O. o que permitiu ela entrar no C.O. para me visitar, lá ela começou a chorar me dizendo que gostaria de estar no meu lugar, que daria tudo para não me ver naquele situação...(Choro ao escrever isso)...e me pedia para eu falar com Deus para Ele me ajudar, e se despediu repetindo com lagrimas nos olhos: “Eu queria poder passar por tudo isso no seu lugar...” Foi uma conversa de 5 minutos ou menos, eu não conseguia parar de chorar, ao que ela saiu comecei a ficar realmente preocupada indagando: porque minha mãe estava tão agitada com a situação? Que risco era esse que a fez pronunciar aquelas palavras, temer daquele jeito?
As horas foram passando, eu como sempre conversando bem baixinho com minha pequena, fazendo carinho na barriga dela...Trocou o plantou e com ele veio um Médico  já com cabelos grisalhos, respirei aliviada de saber que não estaria mais nas mãos daquelas duas médica, e até pensei que seja a maneira que fosse aquele médico deveria ser pai, deveria ter filhas, e cuidaria de mim com mais humanidade..Ahh como me enganei...Esse médico disse que a família não estava entendendo o meu quadro clinico e tão menos o risco, e que meu esposo tinha solicitado uma ultrassom e inclusive havia discutido com ele o porque da indução do parto sem o devido exame...O médico providenciou a ultra e me tirou da ocitona (para meu esposo não ver), sai do C.O. para realizar a ultra por volta das 21h e  na porta de saído do C.O avisto meu esposo, eu já comecei a chorar e contar das coisas que ouvi das duas médicas loucas, ele me acalmou dizendo que ficaria tudo bem. Entramos na sala da ultra e ao realizar o exame o dr. me pergunta a que horas havia começado a indução, assim que respondi ele disse que não sabe informar se foi devido a indução ou ao quadro clinico mas que a bebe já estava a caminho do parto, porém ela estava transversal o que dificultaria na medição e peso. Ele informou que o peso era em torno de 700 grs e o tamanho varia de 31 cm e 35...isso não sairia na ultra pelo fato da Isabella estar transversal na barriga, mas pediu que comunicassemos ao médico essa informação. Ficamos muito chateados por pensar que aquela medica maluca tenha feito a indução só pelo querer dela e não por necessidade conforme falado, mas aquela altura do campeonato não daria para se fazer nada além do parto. Meu namorido explicou ao médico o que ouvimos na ultra e entregamos a ele o exame, logo após nos despedimos e voltei ao C.O. Lá este Dr. Me disse que não havia mais nada pra se fazer  e que estava nas minhas mãos decidir o que eu queria, e que a indução só ajudaria para não prolongar o trabalho de parto eminente e assim não agravar a infecção,  e ainda disse de maneira bem ríspida “Eu se fosse você colocaria a ocitocina novamente, não da mais pra segurar”. Gente, a vida da minha filha estava em jogo, não era uma coisa qualquer, como pode-se falar assim de maneira tão fria quando se trata da vida de alguem? Até agora fico pasma ao lembrar de toda essa situação. Perguntei qual seria o procedimento com a bebe, ele havia informado que bebes com peso acima de 700 gramas tinha uma boa estimativa e na Uti para bebes havia condições para cuidar da minha bebê, mas que no presente momento a preocupação agora era comigo devido a exposição em que eu estava e a infecção. Em seguida ele pediu ao enfermeiro que colocasse novamente a ocitocina, me orienta a contar o tempo entre as contrações, e assim que meu organismo estivesse preparado ele ajudaria no parto e levariam a bebe para a Uti Neo Natal e fariam de tudo para que ela tivesse condições de viver.
Deu 22h, 23h....fiquei conversando com uma moça que havia perdido a bebe pois o “namorado” bateu nela, ela caiu e ocorreu o aborto, um absurdo esse mundo! Ela era menor de idade motivo pelo qual sua mãe pode ficar o tempo todo com ela dentro do C.O.  e elas conversavam bastante comigo, dizendo que minha mãe e esposo estavam lá fora a um tempão...Aos poucos as contrações aumentavam a medida que as horas passaram...Eu só conseguia conversar com minha bebe, e pedir que Deus nos protegesse e não permitisse mal algum, para que a minha Isabella - feita de amor  nascesse e tivesse condições de lutar pela pequenina vida dela...No meu coração havia a certeza da palavra "Agindo Deus, quem impedirá?" de modo que acreditei até o ultimo instante que tudo ficaria bem.

5 comentários:

  1. Caramba, que história!
    Não tem como ler e não encher os olhinhos de água!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Eliane querida estou seguindo o seu blog,achei sua história parecida com a minha,peço para vc seguir o meu também sou mãe de dois anjinhos, minha última perda a médica que me acompanhava achou que eu tinha IIC, e me disse que na minha proxima gestação ela iria fazer o procedimento da cerclagem, mas eu não confiei nela proque como ela iria fazer o tal procedimento sem investigar se realmente era IIC, além disso eu descobrir inúmeras falhas nela como médica entre mim e outras pacientes,inclusive algumas amigas. Moro em uma cidade onde não oferece muitos recursos na área de medicina, principalmente ginelcologia, então estou me consultando com um GO de uma cidade distante da minha tenho ótimas referências dele e pelo pouco tempo que estou me consultando com ele estou achando ele um excelente profissional. Gostaria muito que vc lesse minha história, se for possível, é claro, tenho um blog o endereço é http://diariodasminhasgestacoes.blogspot.com.br
    Seria muitoimportante para mim que vc me desse sua opinião, pois achei vc, pelo que li, com muitas informações a respeito dessas perdas tardias gestacionais. Desde já agradeço. Um abraço

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  4. Olá Amanda, obrigada pelo recadinho no blog, já estou acompanhando seu blog como membro tb viu.

    Pois bem, eu li um pouquinho sua historia, não sou médica, mas tenho investigado tudo o que possivel sobre iic. Inclusive tive contato via e-mail sobre meu caso com o unico especialista em cerclagem definitiva do brasil, - Dr. Barini, veja abaixo uma entrevista dada ao ste cerclagem onde ele trata um pouco sobre essa anomalia do colo do utero:


    http://www.cerclagem.com.br/page_41.html


    Flor, é importante que vc pesquise sobre o assunto, li no seu blog que seu médico ira investigar, mas a avaliação do colo uterino, geralmente deve ser minuciosamente acompanhada durante a gestação, podendo assim ser útil na identificação do risco para o parto prematuro espontâneo. Quanto menor o comprimento do colo, maior a probabilidade de prematuridade, uma vez que o esvaecimento cervical constitui uma das primeiras etapas do processo de parturição e precede o trabalho de parto em quatro a oito semanas. Falasse sobre a videohisterosalpingografia, um exame um pouco invasivo, realizado sem que a mulher esteja gestante, para avaliar entre outras coisas o colo do utero, mas isso não é um consenso na medicina de que tal exame seja capaz de dar esse diagnostico. Por isso o exame durante a gestação e a analise de perdas gestacionais prematuras anteriores com colo dilatação e tp indolor é um dos sinais para que em uma proxima gestação um bom medico que conheça a tecnica de cerclagem e a faça bem feita, te de um acompanhamento e se for necessario te indique repouso (relativo ou absoluto) pra tentar segurar a proxima gestação.


    Tb te convido para entrar no grupo cerclagem do facebook lá vc encontrara relatos de mulheres que tb tem isso, e até de pessoas que moram em seu estado, isso auxiliara a encontrar talvez por indicação um medico habilitado a realizar a tecnica de cerclagem que embora simples se não for feita com cuidado os pntos esgarçam e a paciente entra em trabalho de parto.


    Espero poder ter ajudado flor, estamos na mesma luta, pedindo a Deus nosso milagre!!!!

    Voce e eu iremos realizar mas é importante investigar e cuidar pra vc não ter de perder mais nenhum bebe viu.



    MENINAS
    Obrigada pelo carinho de todas vcs viu!!!
    Que Cristo abrace vcs e lhe de a sua paz, um beijo pelos lábios maternal de Maria mãe de Jesus e nossa mãe!

    Eliane

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  5. o Senhor é o nosso pastor e nada nos faltará...mesmo quando as forças se acabam...Deus cuida de nós..e nossos sonhos não se frustarão...vamos crer amiga..bjinhos fik com Deus

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Beijos com asas,
Ely