segunda-feira, 30 de julho de 2012

Trabalho de Parto por Indução

Desculpe se parecer dramático este post. Não é minha intenção, até porque  este espaço não é pra eu simplesmente sair contando aos quatro ventos sobre minha vida, tão pouco para lamentações, ou pelo menos não quero fazer deste espaço tudo isso que citei!  Mas sei que aqui posso partilhar essa história e meu sonho de ser mãe, alertar a outras mulheres com  o mesmo diagnóstico de IIC que tenho, partilhar com vocês também das  suas histórias, sonhos de tantas tentantes que conheci por aqui e que são mulheres forte que tem sido mega carinhosas comigo enviando recadinhos cheios de esperança e animo, e que sei que acompanharam e verão meu milagrinho em forma de um ser humano em meus braços, assim como eu quero ver o milagrinho de cada uma de vocês! Só que não dá pra contar essa história sem reviver, sentir, sem chorar. Ainda mais esta semana que esta difícil suportar. Muita saudade, sabe?! Mesmo sem que você possa enxergar, cada letra contida neste post marca minhas lágrimas da saudade da minha pequena e sendo sincera, da tristeza que insiste em me seguir...

Dia 04  de Novembro de 2011
O relógio na parede do pré parto marcava 6: 53 am. A esta hora estava sendo passado o plantão entre enfermeiros/auxiliares e médicos. O Dr. Que havia me recebido na noite anterior diz a médica que o meu sangramento estava agora discreto, sem contrações, e que a paciente (eu) não se queixa mais de dores. A médica que iniciou o plantão naquela manhã fora a mesma que me atendeu da primeira vez que estive no C.O. quando da minha internação  - Dra. Francine, falei dela nos primeiros post, se você leu deve se lembrar a maneira com a qual ela tratou a minha situação inicialmente: pessimismo total!  Lembro que o Dr. Disse a essa médica que eu já poderia retornar ao quarto após o café da manhã, pois estava estabilizado minha situação e a da bebê. E assim, eles seguiram passando a situação da próxima paciente...
Cerca de 30 a 40 minutos depois aparece também a Dra. Thais – aquela outra que havia dado apenas três dias de vida para minha bebe quando fui internada. Parecia até que haviam preparado uma tocai pra mim e para a bebê, duas medica que estavam no mesmo dia da minha internação e que me indicaram provocar o abordo para que “não se prolongasse” aquela situação que para elas não dariam em nada.  
A Dra. Francine se aproxima de mim, pergunta como me sinto, olha o lençol branco para ver como esta o sangramento e realiza o exame de toque: “Estou sentindo a cabeça da bebê aqui, ela esta em posição pra nascer, dilatação e blá blá blá...” “Não Dra. O médico que estava aqui me examinou a menos de uma hora, e esta tudo bem. Ele disse que eu ia voltar para o quarto” eu disse, já com medo daquela louca fazer alguma besteira.
Ao que ela chama a Dra. Thais “Dra. Acho que a bebe esta com a cabeça na posição de nascer, vamos precisar induzir o parto” A Dra Thais examinou e concordou com ela no “acho” porque ela não pediu nenhuma ultrassom pra realmente ter certeza  e também tem um outro aparelho que através dele elas veriam se era a cabecinha da Isabella. Ao questioná-las elas simplesmente começaram a me dar um diagnóstico de morte: “Precisamos induzir, sob risco da infecção generalizar, risco de morte materna, perca total do útero, sua bebê não vai sobreviver, e você pode ter outros filhos, mas neste caso se fizermos uma cesária o risco não compensará. Entre sua vida e da bebê temos de cuidar da sua, pois ela não tem expectativas de vida. Estamos suspendendo alimentação, água, você não poderá comer  nem beber nada para o trabalho de parto, vamos falar com sua mãe (que por sinal já tava fazendo um barraco lá fora), mas não podemos arriscar a sua vida pela da sua bebe.” Eu questionei o que estava acontecendo, afinal o Dr. Acabara de me dizer e dizer a Dra Francine que eu estava bem, eu já me sentia melhor, o sangramento era pouco e o médico disse que eu e a bebe estávamos numa situação estabilizada para subir ao quarto... Em suma: Elas me apavoraram com o que falaram e da forma com que falou, me deixando na ocitona para indução do parto e na bolsa penicilina para conter o risco de infecção generalizada por conta da infecção.
Conversei com minha filha para ela se manter calma pois Deus ia cuidar de nós, tudo daria certo, e enquanto isso cantava a ela “Isabella conta 1”....lembra da musiquinha? rsrs...Minha filha estava se mexendo demais =), mas eu estava preocupada pra saber qual seria o procedimento quando ela nascesse, se eles dariam assistência a ela, e a qualquer um que entrava no pré parto eu logo pergunta sobre como seria essa assistência.
As horas foram passando e eu não sentia tantas dores da indução, mas o sangramento era cada vez mais forte. Do lado de fora, minha mãe fez uma muvuca na porta do C.O. o que permitiu ela entrar no C.O. para me visitar, lá ela começou a chorar me dizendo que gostaria de estar no meu lugar, que daria tudo para não me ver naquele situação...(Choro ao escrever isso)...e me pedia para eu falar com Deus para Ele me ajudar, e se despediu repetindo com lagrimas nos olhos: “Eu queria poder passar por tudo isso no seu lugar...” Foi uma conversa de 5 minutos ou menos, eu não conseguia parar de chorar, ao que ela saiu comecei a ficar realmente preocupada indagando: porque minha mãe estava tão agitada com a situação? Que risco era esse que a fez pronunciar aquelas palavras, temer daquele jeito?
As horas foram passando, eu como sempre conversando bem baixinho com minha pequena, fazendo carinho na barriga dela...Trocou o plantou e com ele veio um Médico  já com cabelos grisalhos, respirei aliviada de saber que não estaria mais nas mãos daquelas duas médica, e até pensei que seja a maneira que fosse aquele médico deveria ser pai, deveria ter filhas, e cuidaria de mim com mais humanidade..Ahh como me enganei...Esse médico disse que a família não estava entendendo o meu quadro clinico e tão menos o risco, e que meu esposo tinha solicitado uma ultrassom e inclusive havia discutido com ele o porque da indução do parto sem o devido exame...O médico providenciou a ultra e me tirou da ocitona (para meu esposo não ver), sai do C.O. para realizar a ultra por volta das 21h e  na porta de saído do C.O avisto meu esposo, eu já comecei a chorar e contar das coisas que ouvi das duas médicas loucas, ele me acalmou dizendo que ficaria tudo bem. Entramos na sala da ultra e ao realizar o exame o dr. me pergunta a que horas havia começado a indução, assim que respondi ele disse que não sabe informar se foi devido a indução ou ao quadro clinico mas que a bebe já estava a caminho do parto, porém ela estava transversal o que dificultaria na medição e peso. Ele informou que o peso era em torno de 700 grs e o tamanho varia de 31 cm e 35...isso não sairia na ultra pelo fato da Isabella estar transversal na barriga, mas pediu que comunicassemos ao médico essa informação. Ficamos muito chateados por pensar que aquela medica maluca tenha feito a indução só pelo querer dela e não por necessidade conforme falado, mas aquela altura do campeonato não daria para se fazer nada além do parto. Meu namorido explicou ao médico o que ouvimos na ultra e entregamos a ele o exame, logo após nos despedimos e voltei ao C.O. Lá este Dr. Me disse que não havia mais nada pra se fazer  e que estava nas minhas mãos decidir o que eu queria, e que a indução só ajudaria para não prolongar o trabalho de parto eminente e assim não agravar a infecção,  e ainda disse de maneira bem ríspida “Eu se fosse você colocaria a ocitocina novamente, não da mais pra segurar”. Gente, a vida da minha filha estava em jogo, não era uma coisa qualquer, como pode-se falar assim de maneira tão fria quando se trata da vida de alguem? Até agora fico pasma ao lembrar de toda essa situação. Perguntei qual seria o procedimento com a bebe, ele havia informado que bebes com peso acima de 700 gramas tinha uma boa estimativa e na Uti para bebes havia condições para cuidar da minha bebê, mas que no presente momento a preocupação agora era comigo devido a exposição em que eu estava e a infecção. Em seguida ele pediu ao enfermeiro que colocasse novamente a ocitocina, me orienta a contar o tempo entre as contrações, e assim que meu organismo estivesse preparado ele ajudaria no parto e levariam a bebe para a Uti Neo Natal e fariam de tudo para que ela tivesse condições de viver.
Deu 22h, 23h....fiquei conversando com uma moça que havia perdido a bebe pois o “namorado” bateu nela, ela caiu e ocorreu o aborto, um absurdo esse mundo! Ela era menor de idade motivo pelo qual sua mãe pode ficar o tempo todo com ela dentro do C.O.  e elas conversavam bastante comigo, dizendo que minha mãe e esposo estavam lá fora a um tempão...Aos poucos as contrações aumentavam a medida que as horas passaram...Eu só conseguia conversar com minha bebe, e pedir que Deus nos protegesse e não permitisse mal algum, para que a minha Isabella - feita de amor  nascesse e tivesse condições de lutar pela pequenina vida dela...No meu coração havia a certeza da palavra "Agindo Deus, quem impedirá?" de modo que acreditei até o ultimo instante que tudo ficaria bem.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

3° Semana de Internação

Escrever até aqui não foi tão dificil como será agora. Olhava para o blog, para o que eu já tinha escrito, e me perdia ao pensar em escrever estes momentos.
Dói demais. Infelizmente sinto-me triste o suficiente para ter a sensação de que estou revivendo tudo isso hoje.

Dia 31 de Outubro a 04 de Novembro

Não me recordo datas mas entre essas semanas precisei voltar para o centro obstétrico duas vezes pois estava com fortes sangramentos, leves contrações, então os médicos me falaram que se fosse necessário eles fariam o parto...Eu orava tanto, tanto. Pedia a Nossa Senhora que com seu manto ela desse proteção a vida da bebe, rogasse ao Pai celestial por nós...Graças a Deus superamos mais estas duas vezes..."Filha não precisa ter pressa, a mãe espera seu tempo meu amor"...Assim eu conversa com a Isabella acreditando que ela queria nascer antes do tempo, por que aquela história de incompetência istmo cervical não tinha "colado" pra mim...Lembro que ao voltar pro quarto a gestante que dividia o quarto comigo falou que estava feliz por eu ter voltado com a bebê, eu respondi com os olhos cheios de lagrimas e com um certo medo, mas aliviada "Nós somos guerreira, a Isabella é guerreira!".
Aquela semana eu estava com a sensibilidade a flor da pele, novamente eu não conseguia mais fazer o n° dois e logo o xixi também não saia, se passaram um, dois, tres, cinco dias e nada de eu conseguir...Nessa semana comecei a estranhar o Rafa, motivo pelo qual eu comecei a cobrar mais atenção dele e ele logo respondia de maneira ríspida, de modo que chegou um ponto que ele ja não sentia vontade de ir ficar comigo depois do trabalho. Não vou colocar aqui os 'por menores' mas algumas coisas me chatearam da postura dele nessa semana ao ponto que minhas cobranças excessivas também o chateou. Os dois estavam errados...O que me irritou mais foi o seguinte: Haveria uma festa a fantasia da madrinha de consagração da Isabella  - a Graziela, seria no sabado dia 05/11, eu já havia dito para o Rafa que ele poderia ir mas que não gastasse muito caro para não nos comprometer caso eu precisasse de algo no hospital, um remédio, sei lá...Na quarta feira dia 02/11/2011 minha amiga Eliana madrinha da Isabella, ficou cuidando de mim para minha mãe e sogra descansar um pouco, eu estava desconfortavel pelo fato de não conseguir nem fazer xixi e nem coco, mas  graças a Deus conseguiu sair um pouquinho...num sofrimento só, mas consegui, só que eu chorava tanto com certa vergonha da situação e minha amiga ali segurando a cumadre com o meu numero dois me fez rir quando falou: "Porque você esta chorando? Graças a Deus você conseguiu fazer coco, olha que lindo seu coco!" Disse ela enquanto me mostrava o coco na cumadre kkkkk...Só ela pra me fazer rir naquele momento, viu! Ficou combinado de o Rafa chegar umas 15h para liberar a Eliane que tinha e amamentar a bebe dela. Só que o Rafa ficou rodando pra procurar uma fantasia pra ele...até ai ok, mas o Rafa além de chegar quase 2 horas depois do combinado acabou por segurar a Eliana no hospital e ela tadinha nem reclamou mas estava com os seios carregados de leite. Ah como eu fiquei chateada! Até pensei como era comodo pra ele estar na posição que estava enquanto eu estava lá no hospital. Sei que não era comodo pra ele, mas eu estava de um jeito que eu só queria a tenção dele ! Ele teve problemas externos que não me contou então pra mim estava tudo bem fora daquele hospital, com ele. Logo, a gente discutiu...Mas meio que no entendemos, ou melhor "relevamos" naquele momento. A noite a mãe do Rafa ficou comigo, e eu disse a ela que as auxiliares de enfermargem pela manhã haviam notado um certo vergão vermelho nas costas, bem na região da lombar, então pediram para massagear essa area a fim de não abrir ferida lá. Foi massageado essa área, as pernas e pé...Quando a minha sogra chegou eu comentei com ela, como ela fez curso de massagem ela me disse que não poderia massagear aquela região pois estimulava contrações. Tão logo ela foi falar com a enfermeira responsavel pelo plantão e a mesma disse que a Dra. não havia autorizado massagem nessa região porque sabia disso. Na manhã seguinte - quinta dia 03/11 amanheci sentindo leves contrações. A medica receitou remedios para dor e avisou para não se fazer massagem mais a região da lombar.  De tarde minha amiga Maria Aline foi me visitar levando uma flor que eu a chamei de flor de Isabella. Toda rosinha, delicado, e de um desenho das petalas diferentes das flores que ja vi. Simplismente Linda! Ela sempre muito carinhosa chorou comigo sobre tudo o que estava ocorrendo e marcamos de ela ficar comigo no dia seguinte. O Rafa chegou mais tarde, ficamos um poquinho juntos e depois ele foi embora. Minha mãe iria dormir comigo, lembro como hoje quando deu 22:10 comecei a sentir contrações, a barriga endurecendo, a bebe fazia uma bola só de um lado, uma dor gigante...Minha mãe pediu um remedio pra tentar cortar a dor...meia hora depois nada...Tentamos outro remedio...e as contrações estavam vindo cada vez uma mais proxima da outra. Liguei para minha irmã e para o Rafa pra contar o ocorrido. "Eliane é assim mesmo, fica calma, daqui a pouco para, toma o remedio" disse minha irmã tentando me acalmar. Eu estava determinada a não contar a ninguem, a enfermeira que deu outro remedio tinha me dito que se a dor não passasse eu ia teria de voltar para o C.O. Por medo de a minha Isabellinha nascer, fingi que a dor tinha melhorado um pouco, mas eu ja estava me contorcendo na cama quando o sangramento forte veio com tudo....Não tive como fingir mais...E assim eu desci para o C.O. novamente. O dr. que estava lá ja me acompanhava e pediu para que eu me acalmasse pois em meu caso isso acontece mesmo, mas que a bolsa não tinha estourado e que a dilatação continuava a mesma de quando eu entrei no hospital de 3 cm, o Dr  me deixou na bolsa de buscopan e me deu um calmante para dormir dizendo que eu estava nervosa e que ficaria tudo bem.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

2° Semana de Internação (Outubro 2011)

Na segunda semana eu já estava um pouco acostumada com as rotinas do hospital, alguns amigos me fizeram visitas, sendo algumas de apoio, carinho, ajuda e outras de dó, acredita nisso?! Teve uma visita que me disse que não sabia como eu estava agüentando estar ali deitada daquele jeito com aquela agulha no braço e só de me ver ali ela já estava agoniada. Eu disse a ela que eu também sempre fui medrosa com agulha, internação, mas quando se trata da vida de quem a gente ama o de menos é as agulhas, ou o que fosse, pois o amor é maior que a dor. Sei que ela não falou por mal, sentia isso no jeitinho dela. Já uma outra pessoa me olhava de cima a baixo com uma cara de dó...Coitadinha dela viu, não de mim!? Embora eu estivesse sim por muita vezes fragilizada, chorosa eu nunca pedi a Deus para me livrar daquela situação, mas sim que me ajudasse a ter forças pra prosseguir, não desistir, pra minha filha viver. E quando as pessoas foram me visitar eu não ficava reclamando, dizendo que estava sofrendo ou coisa do tipo. E ver aquela pessoa me olhando e falando daquele jeito...Acho que pessoas assim não devem ir visitar pessoas no hospital, tem gente que não se sente bem, fica desajeitado. Não vá! É melhor do que ficar fazendo caras e bocas#minha opinião.
Na terça feira dessa segunda semana em que eu já estava com 23 semanas de gestação a médica que me acompanhava viu que meus pés estavam amarelados, e que o sangue não estava circulando tão bem, isso era devido eu não estar mais em movimento e pela posição de trendelemburg  e para o sangue voltar a circular ela pediu para que todos os dias a partir daquela manhã eu tomasse 1 injeção (aquela para pacientes que tem trombose) para afinar o sangue, assim auxiliaria na circulação do mesmo já que eu não me movimentava. Como aquela budega de injeção doía viu, a agulha era pequenininha, mas quando saia a tragédia tava anunciada  kkk ardia tanto, doía tanto...Teve um dia que uma outra enfermeira aplicou de muita má vontade e de uma vez só (o que faz doer mais) mas o que eu berrei minha gente: MÃEEEEE, MÃEEE. E minha mãe do meu lado só me olhando..kkkkk..Pensa se eu não xinguei aquela enfermeira..rs.. Minha sogra fazia massagem nas minhas pernas, e sempre após o banho as enfermeiras olhavam se tinha alguma região vermelha, a fim de prevenir abertura de feridas nas costas. Na quinta feira desta semana acordei com a visita de uma médica - Dra Roseane, ao ler meu relatório ela viu que eu estava a 6 dias sem fazer o n° 2 (ok, sem frescuras vai, cocô  rsrs) e elas não podiam me dar nada além de suco de mamão com ameixa (o que eu já estava tomando mas sem nenhum sucesso) e até cheguei a usar supositório, minha mãe colocou dois e nada...no outro dia mais dois....e saiu um tiquinho de nada... O problema começou a se agravar quando do intestino preso, passei a não conseguir urinar e ai começou a sangrar. Fique até usando fralda pra ver se era a cumadre que tava me incomodando, mas nada...Eu pedia tanto a Deus pra me ajudar a fazer este bendito numero dois que chega eu chorava pedindo a Deus que me ajudasse a fazer coco, kkkk..Até com a cumadre eu trocava altas idéias pra ela colaborar se simpatizar comigo, pra eu poder também simpatizar com ela  e as coisas entre nós fluírem kkkk. Voltando a  Dra Roseane - era uma fria, sem coração, sabe aquelas pessoas pessimistas? É essa médica. Fiquem longe dela neste hospital viu! Rs. Pois bem, primeiro a louca chegou me acordando: na verdade me apavorando dizendo que estava saindo um liquido amarelo da vagina (não tinha liquido nenhum na cama) e que minha bolsa tinha estourado. Ahhh eu já olhei pra cama, pra mim e disse: Mas não tem liquido nenhum, não estou molhada nem nada!  - ao que a bruxa da médica disse que podia ter saído de pouquinho mas pelo toque ela achou que tinha estourado e do jeito que ela me falava até a enfermeira ficou nervosa. Fiquei caladinha pedindo a Deus por socorro, até que o médico da ultrassom disse que estava tudo bem e a bolsa estava integra. Ahhh mas eu pedi pra chamarem a louca e comecei a falar que ela não tinha que vir me apavorar, colocando um mega pânico, afirmando que a bolsa estourou e que ia ter que fazer o parto, além do que, antes disso essa mesma médica (que só me atendeu neste dia) me disse que pacientes no meu caso não agüentariam mais que 5 dias, e que por ela,  estava suspendido o repouso e que eu podia ir ao banheiro tentar fazer o n° 2 pois a bebe não ia mesmo sobreviver e se fosse ela no meu lugar ela não estaria passando por aquilo pra dar em nada, e ainda falou: Vai ao banheiro, vai ficar quantos dias mais sem fazer coco? Se você não urinar vou ser obrigada a colocar a sonda e a infecção poderá ficar ainda mais forte e ai vai ser pior.
Desculpe o palavreado mas aquela medica era uma cretina de me falar essas coisas, se fosse ela no meu lugar ela já tinha levantado? Isso só demonstra o quanto ela só pensa em si mesma, e no mínimo ela não deve ter filhos pra dizer um monte de groselhas dessas. Essa louca me deixou muito chateada, de tal modo que não quis mais ser atendida por ela e na mesma hora veio outra medica com a enfermeira para tentar baixar a poeira que aquela louca levantou quando passou no meu quarto. Inclusive a medica e a enfermeira achou estranho a atitude dessa tal medica  e me disse para continuar o repouso pois a palavra final para vida ou para a morte é de Deus, e que agora mais do que antes elas estariam torcendo pra tudo dar certo pra que esses “médicos” vejam  que a vida não é algo dado ou confirmado por eles.
Lembro que a Re e a Paty - da igreja - foram me visitar neste dia e devido este absurdo que passei pela manhã fiquei toda chorona e um pouco agitada.

O que importava era que minha pequena baby Isa estava bem, ganhando peso e cada vez mais brincalhona pois ela dava cada batucada na minha barriga.
Vejam as fotos abaixo, eu quase de seis meses...bom, não da pra dizer: nosssa que barriga?! por conta de eu estar deitada...Só não notem o quanto eu estava descabelada, isso era a falta de um espelho que eu já não via a duas semanas desde minha internação, rs.

  
Olha o barriguinha da minha pequena, espalhada na barriguinha da mamãe
                    Eu, a Isabella e nosso diário da gravidez
                            Papai Rafa não estava nas fotos pois ele foi nosso fotografo =) 

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Repouso Absoluto - 1° Semana de internação

No domingo pela manhã acordei com muita vontade de urinar e havia a mãezinha com sua bebe do lado e a acompanhante dela. Eu não podia me levantar, nem me sentar,  tão pouco esticar-me para tentar alcançar a cumadre (o famoso pinico, rs) pois não podia forçar ou comprimir o abdome, então fiquei um tempão me apertando de vontade de fazer xixi até que a enfermeira apareceu e me ajudou com a cumadre...ela até perguntou se eu queria usar a fralda: “Não precisa, obrigada”...Falei super sem graça. Ela me deu banho no leito, e essa foi a primeira vez que fiquei sem roupa na frente de estranhos, a principio fiquei me sentindo tão  envergonhada vendo os olhos das meninas em minha direção enquanto eu não podia fazer nada pra me ajudar além de ficar quietinha. A enfermeira foi bem rápida, foi como um banho de gatinho, pois eu não podia ficar doente dado meu estado. Assim que a enfermeira saiu do quarto a mãezinha perguntou o que eu tinha...Contei sem muitos detalhes, pois tinha visto ela brigando com a bebezinha dela (isso porque a menina tinha nascido a dois dias), só porque a menina chorava e chorava...Deu vontade de dizer: Helloooo  querida! BEBÊS CHORAM! Sinceramente, naquele momento só pensei no quanto eu gostaria de estar na posição dela com a minha Isabella no colo e prontas para receber a alta e ir pra casa. E ver ela reclamando com a acompanhante me fez começar a questionar o porque eu estava passando por aquela situação enquanto a moça estava bem, sua filha estava bem e ainda assim, ela só se queixava.
A moça recebeu alta e fiquei sozinha no quarto até que meu irmão chegou trazendo Jesus na Eucaristia. Nessa hora, a enfermeira informou que vagou um quarto de gestante e ela e meu irmão me levaram ao quarto e lá fiquei sozinha com meu irmão. Quando recebi a eucaristia eu chorava, chorava, e chorava, tudo o que eu não tinha conseguido chorar desde que estava no C.O...Era a hora do almoço e meu irmão me ajudou com a comida,  o que novamente me fez chorar, pois destes 1 dia e meio que fiquei no C.O. eu precisei comer - mas deitada na posição de trendelemburg (vide imagem abaixo), ninguém me ajudava lá pois eram muitas pacientes a serem atendidas, então a roupa ficava toda suja de comida pois até que o garfo chegasse a boca a minha mão já tinha tremido toda, sujando a maca, o chão, meu rosto... O único movimento que era tranqüilo fazer era passar o guardanapo na boca, e ver meu irmão me dando comida me fez entender que dali pra frente eu precisava reconhecer que toda ajuda seria bem vinda e que eu tinha que me acostumar com isso, já que eu estava determinada em fazer o repouso pela vida da Isabella.
Posição de trendelemburg - Posição em que a paciente esta com as pernas e pés em nível mais alto que a cabeça.
*Essa posição seria minha aliada em todo o tempo do repouso.

Minha mãe ficou comigo de tarde e a noite o Rafa passou um pouquinho por lá, já que ele não podia dormir pois era quarto com duas pessoas e homens não podia pernoitar lá.
Como eu estava de repouso absoluto e para tudo precisaria de ajuda, a minha mãe e minha sogra se estruturaram para revezar entre elas para ficar comigo, já que o Rafa precisava trabalhar durante o dia, e ele passava lá a noite e ficava até as 20h. Minha irmã  emprestou a TV para deixar no quarto e assim, eu me distrair neste período, mas antes da TV ela me enviou alguns livros religiosos, o primeiro que eu peguei para ler era do Pastor Silas Malafaia, não me recordo o nome do livro mas lembro como hoje que ainda no prefacio se falava muito de acreditar que Deus esta cuidando de nós, ainda que não pareça, e que naquilo que achamos impossível é na verdade só mais um dos feitos de Deus, e terminou o prefácio com o seguinte versículo bíblico: “Agindo Deus, quem impedira?” Isaias 43,13.

Meu Deus! Só podia ser  o Espírito Santo trazendo à memória as palavras que me fortaleceria na esperança de que tudo ia dar certo! Primeiro foi a musica que lembrei enquanto eu entrava no elevador no dia da internação que tinha este mesmo refrão “Agindo Eu, quem impedirá?” e agora o livro justamente com este versículo bíblico, assim, de cara?! De tantos livros que minha irmã me mandou eu me interessei em ler bem aquele, e a primeira frase que tinha era essa! Era o paraclito, me consolando, me confirmando que Deus ia agir naquela situação, que tudo ia ficar bem.
Nessa semana houveram alguns conflitos entre minha mãe e a médica que a principio não nos dava uma posição clinica precisa, pra bem dizer minha mãe fez um barraco dizendo que senão me tratassem e explicasse o que estava ocorrendo ela ia chamar a policia, o jornal....Meninas de Deus, como isso deu resultado, rapidinho a médica me atendeu e explicou tudo direitinho, tudo o que o Dr. Luir me falou e eu não conseguia explicar, kkkk, minha mãe é “fogo na bomba” rs. Estava confirmado pelo exame que eu estava com uma bactéria alojada  - Klebsiella pneumoniae e pra ajudar devo ter pego ela no hospital pois como eu estava com a bolsa protusa fica muito exposto, causando assim novamente a bendita infecção urinária...Logo entraram com o Keflex (Cefalexina)  para combater e metronidazol. Fora a bolsa de buscopan para eu não sentir cólica/contrações, e de 3 em 3 dias eu faria coleta de exame de sangue e urina, para evitar que eu tivesse uma infecção generalizada.

Enquanto isso minha Isabella vivia tranquilinho na minha barriga, alias ela estava cada dia mais se mexendo J e todos os dias eu conversava com ela pedindo pra ela ser paciente, não ter pressa, que a mamãe estava ali só pra ela agora, com atenção toda nela. Tenho certeza de que ela sentia o papai dela chegando: Quando o Rafa chegava na porta ela ja começava a se mexer, chutar a barriga. Ai que Delicia era sentir seus movimentos! Quanta saudade! E o Rafa chegava e dava beijinhos, carinho  (como sempre foi em casa), mas a médica disse que nossa bebê se movia bastante e isso era otimo mas não nas condições que eu estava, com a bolsa protusa, então ela pediu pra não deixar as pessoas (nem o namorido), passar a mão na barriga pra não correr o risco de que estimulada e alegrinha ela mesma sem querer estourar a bolsa...Isso funcionou só na primeira semana, rsrs...Depois a outra médica falou que podia acarinhar, beijar, babar pois enfim, fazia bem a bebê.
Eu ja tinha até uma canção que todos os dias eu cantava a bebe (com substituição de nome, rs):
“Isabella conta um, Isabella conta um, é um é Bella, Viva à Isabella!!!”
E assim cantava até o numero dez, batendo levemente na barriga. Era gozado, assim que eu parava de cantar e tirava a mão da barriga a bebê mexia, só naõ sei se era pedindo Bis ou reclamando da canção..kkkk...

Fiz amizade com uma enfermeira e tres auxiliares que de tão preocupadas rodaram o hospital pra achar um colchão casca de ovo pra que não abrisse ferida nas minhas costas por causa do repouso. Elas colocaram um plastico no colchão e com a ajuda da minha sogra ou minha mãe elas me dava um belo banho não só com pano umido, mas com direito a canequinha com agua bem morninha =). Pra trocar o lençol de cama secar a cama comigo deitada era um pouco demorado, mas elas eram super dispostas, o que não acontecia quando elas estavam de folga, pois as outras enfermeiras não “podiam perder muito tempo”...

Assim, com o apoio do namorido, mãe, sogra e meus irmãos eu e a Bellinha evoluimos bem a primeira semana no hospital.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Sobre a IIC - Incompetência ou Insuficiência Istmo Cervical - Por: Dr. Ricardo Barini e Dr. Marcelo Nomura

O que é Incompetência Istmo Cervical (IIC)?


É um defeito do canal cervical que perde, ou não tem congenitamente, a capacidade de suportar o peso da gravidez sem se dilatar. Hoje, preferimos usar o termo “insuficiência” ao invés de “incompetência” do istmo-cervical.


Qual o índice de mulheres portadoras de IIC?


Em mulheres com aborto recorrente (mais que três abortos consecutivos) é de 23%. Na população geral não deve passar de 1%.


É possível detectar a IIC na primeira gestação, logo no início, ou é necessário ocorrer o aborto espontâneo tardio para suspeitar da IIC?


É possível suspeitar através de exames de ultra-sonografia. Como tem sido quase rotina a realização do ultra-som para a translucência nucal com 12-12 semanas, nesta fase já se realiza uma medida do colo uterino. Mas a época ideal para se investigar a IIC é a partir de 16 semanas, nos casos de pacientes já com a suspeita clínica por uma perda anterior ou por um parto prematuro precoce com história de dilatação silenciosa (sem dor). Nas pacientes sem antecedentes, essa pesquisa se faz agora na rotina do ultra-som de 20 semanas (chamado de morfológico). A verificação de um colo uterino curto (com menos que 2,5 cm) é indício de alto risco de prematuridade e pode ser o primeiro passo para se identificar a IIC em pacientes assintomáticas e sem antecedentes clínicos. Outra proposta, nos casos de dúvidas de diagnóstico e se fazer o exame com compressão do fundo uterino e verificando se aumenta o encurtamento ou o afunilamento do colo, ou se fazer o ultra-som transvaginal com a gestante em pé, o que imita a compressão do colo pela gravidade. Mas não há consenso na literatura médica sobre qual o melhor método para o diagnóstico da IIC na primeira gravidez.


Ouve-se falar em exames como histerossalpingografia, vela de Hegar número 8, vídeo histeroscopia para confirmação da Incompetência Istmo Cervical. Qual destes exames é o mais eficiente para confirmação do diagnóstico?


Outra dificuldade é saber qual o melhor método. Cada profissional usa o que se adapta melhor e o que sabe fazer. Todos são eficientes para o diagnóstico, mas não há um muito melhor que o outro, especialmente porque eles são solicitados quando já se tem uma suspeita clínica, e essa é o mais importante de todos.


Por que estes exames não são solicitados antes da paciente engravidar (tal como o papanicolau), para que esta não corra o risco de ter aborto espontâneo tardio?


Porque não há consenso da sua validade na prática clínica. O ultra-som na gravidez poderá vir a ser o mais usado com esse fim.


Por que mesmo depois de diversos abortos espontâneos após o 1º trimestre de gestação muitos médicos não suspeitam de IIC?


Por falta de experiência ou de conhecimento.


Existe o desconhecimento desta anomalia uterina por muitos médicos?


Sim, muitos profissionais desconhecem ou não valorizam a história clínica que nos faria pensar na IIC e deixam de fazer o diagnóstico a tempo.


Em média, quantos bebês as mulheres portadoras de IIC perdem (aborto espontâneo tardio), antes de ser detectada a IIC?


Pelo menos um, mas não há um dado preciso desse evento.


O que é a circlagem ou cerclagem uterina?


É a colocação de um fio de sutura no colo uterino para impedir sua dilatação antes do tempo desejado, isto é o termo na gestação.


A circlagem é indicada somente para mulheres portadoras de incompetência istmo cervical?


Sim, essa é a indicação precisa.


Qual o melhor período para se fazer a circlagem uterina em uma gestante portadora de IIC?


Sempre depois de 12 semanas e de preferência antes da 20ª semana.


Quais as melhores condições para se realizar a circlagem?


Colo não dilatado e sem sinais de infecções (o que deve ser confirmado por exames de culturas específicas)


Qual a diferença entre circlagem simples e circlagem dupla?


Uma usa um ponto apenas e a outra, dois fios. Na cerclagem dupla os pontos se somam na sustentação do colo, impedindo que o esforço do peso da gravidez rasgue o colo e force uma dilatação silenciosa.


É possível fazer circlagem antes de a paciente engravidar? Por quê?


É possível e é indicado nos casos mais graves, geralmente com uma lesão no colo uterino que impede uma cerclagem na gestação (por exemplo, uma paciente que tenha sido submetida a uma cirurgia de conização do colo ou uma amputação por câncer in situ, ou que tenha uma lesão traumática em outro parto).


Para uma paciente não portadora de IIC, qual seria a medida do colo uterino nas seguintes semanas de gestação: 12 semanas de gestação, 18 semanas de gestação, 24 semanas de gestação, 30 semanas de gestação?


Em qualquer idade gestacional sempre maior ou igual a de 2,5 cm.


Existem diferentes graus da IIC? Existem exames para detectar o grau da musculatura uterina?


Não há uma classificação em graus, mas é aceito que a maior gravidade se associa ao parto ou aborto mais prematuro.


Por que muitas gestantes fazem circlagem e levam vida normal até o final da gestação enquanto outras têm que fazer repouso absoluto?


A recomendação de repouso absoluto depende de vários fatores: do passado de perdas em gestações anteriores com circlagem, das condições do colo uterino no momento da circlagem, da dificuldade do procedimento, do afrouxamento do fio de circlagem e da ocorrência de outras complicações como a ruptura de membranas e o trabalho de parto prematuro. Dependendo dessas condições será prescrito repouso absoluto ou não para a gestante. Um dos dados importantes nessa consideração é a resposta uterina ao procedimento. Algumas mulheres têm mais contrações uterinas após a cirurgia, enquanto outras têm uma adaptação melhor.


Na maioria dos casos a circlagem uterina por si só não basta, sendo necessário fazer repouso absoluto. Qual o percentual de mulheres que mesmo circladas tem que fazer repouso absoluto para conseguir levar a gestação a termo?


Não temos este dado em literatura, pois, como descrito, acima as condições em que é necessário o repouso são variáveis para cada caso.


Quais os fios utilizados para a realização da circlagem?


De maneira geral se utiliza um fio de material que não será absorvido pelo organismo como o algodão, polipropileno, ou poliestireno.


Em sua opinião existe algum fio que não seja apropriado ou que exista maior probabilidade do organismo rejeitar o material e causar infecção ou qualquer outro tipo de danos?


Os fios inapropriados são os de material absorvível ou de filamento único que podem lesar o colo uterino ao longo do tempo.


Qual a sua opinião sobre circlagem transabdominal? Em quais casos ela é realizada? Ela é mais segura do que a circlagem via vaginal?


A circlagem transabdominal é um procedimento indicado para mulheres que tem colo uterino ausente, impedindo a realização pela via vaginal, ou que tenham passado de sucessivas circlagens pela via vaginal sem sucesso. Ela não é mais segura que a circlagem vaginal, além de ser um procedimento mais complexo do ponto de vista técnico e com maior risco de complicações.


Quais as anestesias utilizadas para realização da circlagem?


De maneira geral se utiliza a anestesia loco-regional: raquídea ou peridural. Raramente é necessária anestesia geral.


Existem casos de mulheres que fizeram circlagem de emergência com até 27 semanas de gestação. Até quantas semanas pode-se realizar a circlagem?


Não se recomenda baseado nas evidências atuais, a realização de circlagem, mesmo de emergência, após 24 a 26 semanas. A partir desta idade gestacional os riscos do procedimento parecem ser maiores que os riscos do parto prematuro.


Toda mulher que possui o colo incompetente tem que colocar os óvulos de progesterona via vaginal? Para que eles servem? A partir de quantas semanas de gestação eles deverão ser utilizados?


Não há consenso se a progesterona deve ser usada por todas as mulheres que fizeram circlagem. A progesterona está indicada para mulheres que tem antecedente de parto pré-termo, ou seja, antes de 37 e depois de 24 semanas, ou que tenham colo uterino curto (menor que 25 ou 15 mm). Portanto, para as mulheres circladas com estes antecedentes a progesterona deve ser usada; para as outras não há consenso absoluto e a decisão deve ser individualizada para cada mulher.


O colo do útero é um músculo. Existem substâncias que são utilizadas para paralisarem o músculo, não só para a estética, mas em casos como paralisia facial, enxaquecas e outros. A enzima botulínica (botox), por exemplo, é uma substância utilizada para essa finalidade e tem uma duração média de 6 meses. Já se cogitou a utilização desta substância no útero de pacientes portadoras de IIC?


O colo uterino NÃO é um músculo. O colo é composto de tecido conjuntivo (uma matriz que sustenta as células), fibras elásticas e de colágeno, glândulas e poucas células musculares, portanto o botox não está indicado, pois não há base médica para seu uso. As alterações do colo em mulheres com insuficiência cervical estão relacionadas ao amolecimento e frouxidão, características relacionadas ao tecido conjuntivo e a quantidade de fibras elásticas e de colágeno.


Existem estudos em relação à criação de algum medicamento capaz de aumentar a musculatura uterina a fim de evitar abortos espontâneos tardios para as mulheres portadoras de IIC?


Como o colo não é um músculo, não há na literatura este tipo de estudo. Há estudos mostrando que mulheres com alterações congênitas do colágeno podem ter insuficiência cervical com mais freqüência.


Quem tem IIC pode usar o DIU?


Sim, não há manifestações clínicas de insuficiência cervical fora do período da gravidez.


Se considerarmos que em 1957, McDonald descreveu a técnica da circlagem por via vaginal para as mulheres portadoras da IIC e até hoje não houve nenhum avanço no sentindo de estudarem outras formas de se corrigir esta anomalia, podemos dizer que em pleno século XXI pouco a obstetrícia avançou e que nenhum esforço para se fazer uma nova descoberta foi feito até então?


A obstetrícia avançou no entendimento da fisiologia do colo uterino e das alterações que levam as perdas gestacionais, no processo que leva ao esvaecimento e dilatação do colo, na identificação de mulheres de maior risco através da avaliação ecográfica do colo durante a gravidez, na identificação das mulheres que NÃO se beneficiam e que podem na realidade serem prejudicadas por uma circlagem mal indicada (como por exemplo, gemelares), na evolução do conceito de tratamento cirúrgico (antes tido como panacéia e hoje indicado com mais critério). O tratamento disponível ainda é a circlagem e neste aspecto não houve avanços. Como diz um autor, o simples fato de que o tratamento disponível é amarrar um fio ao redor do colo mostra como ainda desconhecemos os aspectos mais profundos da insuficiência cervical. É preciso ressaltar que não há consenso no diagnóstico de insuficiência cervical muito menos no tratamento. Porém, há enormes dificuldades éticas em se estudar a estrutura do colo durante a gravidez: fazer biópsias de colo em grávidas para estudar é arriscado e eticamente indefensável. Os estudos têm que ser não invasivos (a ultra-sonografia é o pilar) e o avanço, em termos de tecnologia, que ainda não é aplicável na prática por estar nos primórdios de sua avaliação, é a ressonância magnética.


Por que a IIC não é propagada sendo que a cada dia que passa aumenta o número de mulheres portadoras desta anomalia?


Não há estimativas confiáveis do número de mulheres portadoras de insuficiência cervical, apenas da incidência desta em portadoras de perdas gestacionais de repetição. Não há evidências que o número de portadoras esteja aumentando. A importância da insuficiência cervical reside no impacto emocional que perdas de repetição causam nestas mulheres (aspecto que não pode ser negligenciado), nas seqüelas graves da prematuridade extrema associada aos partos muito precoces e na mortalidade destas crianças. A incidência, portanto, mesmo não sendo elevada ou crescente, é secundária, diante do grande impacto desta condição clínica na vida das mulheres e seus filhos.


Dr. Ricardo Barini


Concluiu o doutorado em Tocoginecologia pela Universidade Estadual de Campinas em 1989. Atualmente é Professor Livre Docente da Universidade Estadual de Campinas. Publicou 65 artigos completos em periódicos especializados. Possui 12 capítulos de livros publicados. Participou de 84 eventos internacionais e nacionais. Orientou 10 dissertações de mestrado e 2 teses de doutorado, além de ter orientado 7 trabalhos de iniciação científica na área de Medicina. Recebeu 9 prêmios e/ou homenagens. Entre 1993 e 2001 coordenou 9 projetos de pesquisa. Atua na área de Medicina, com ênfase em Ginecologia e Obstetrícia. Em seu currículo Lattes os termos mais freqüentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Medicina Fetal, diagnóstico pré-natal, ultra-sonografia, Diagnostico Pre Natal, aborto recorrente, alterações citogenéticas, auto-imunidade, biologia molecular, cirurgia fetal e Diagnóstico pré-natal.


Dr. Marcelo Luis Nomura


Possui graduação em MEDICINA pela Universidade Estadual de Campinas (1993), residência médica com especialização em Obstetrícia pelo departamento de Tocoginecologia da FCM - UNICAMP, mestrado em Tocoginecologia pela Universidade Estadual de Campinas (2000) e doutorado em Tocoginecologia pela Universidade Estadual de Campinas (2004). É especialista em Medicina Fetal, com certificado de atuação da FEBRASGO. Atualmente é médico assistente da Universidade Estadual de Campinas, médico nível 2 - Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de Campinas, atuando como chefe do Ambulatório de Pré-Natal de Alto Risco da Maternidade de Campinas -Secretaria Municipal de Saúde desde 1998. Tem experiência na área de Obstetrícia, com ênfase em Saúde Materno-Infantil, atuando principalmente nos seguintes temas: gravidez de alto risco, complicações da gestação, prematuridade e medicina fetal. É mebro da Comissão Nacional de Gestação de Alto Risco da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). É membro do Instituto de Medicina Materno-Fetal de Campinas, que oferece serviços de assessoria médica e interconsulta nas áreas de gravidez de alto risco e medicina fetal. É membro do comitê de ética em pesquisa da Maternidade de Campinas, Membro da Comissão de revisão de Óbitos Fetais e da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do CAISM-UNICAMP e da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da Maternidade de Campinas.


Diagnóstico: Incompetência Istmo Cervical ( da Alta Para o Quarto ao Repouso Absoluto)

No sábado a tarde uma enfermeira pergunta quem é Eliane – Sou eu, respondo! “Seu esposo acabou de ligar perguntando como você estava, e pediu para lhe dizer que Ele te ama muito. Ah...até senti as bochechas ficarem mais quentinhas, rsrs. Foi a primeira vez dentro daquele hospital que pensei em outra coisa a não ser no meu estado e no da bebe. Meu marido não estava ali, mas do jeitinho dele eu o senti presente só pelo recadinho carinhoso...Como eu amo!!! As 19h houve troca de plantão e o Dr. Luir (o mesmo médico que me atendeu quando eu tive aquele primeiro susto na suspeita de aborto e me pediu para tomar o ultrogestan), me atendeu perguntando o que havia ocorrido e se senti dores, contrações. Relatei que na segunda-feira foi apontado infecção urinaria eu estava tomando keflex, fiquei em casa um dia de repouso...Ele me interrompeu explicando que quando uma gestante toma medicação como Keflex para trato de infecção urinária existe a necessidade de se fazer repouso por três dias que é o tempo para o antibiótico fazer efeito e que existe o risco de entrar em trabalho de parto devido uma forte infecção urinária. O certo era a médica (aquela que ficou reclamando da pipoca ao invés de analisar meu exame), ter me afastado do trabalho pelos próximos três dias, e eu não sabia disso.  Quando ele falou isso, ai que eu chorei...Me deu tanta raiva daquela médica, mas tanta raiva...Só Deus pra me ajudar a me livrar do mal sentimento que tive. Logo após ele disse que mesmo assim iria investigar, pediu novos exames, e pediu o numero do celular do meu esposo que ele queria ligar do celular dele para eu ouvir a conversa. Pediu que o Rafa trouxesse os exames que eu tinha feito anteriormente, bem como a carteirinha de pré natal, e ainda solicitou que ele comprasse ultrogestan pois eu iria retomar esta medicação aumentando a dose diaria de um para dois comprimidos ao dia. Me examinou com uma calma, e quando eu comecei a fazer perguntas ele respondeu de maneira clara, objetiva e com profissionalismo do tipo de quem cuida de gente mesmo sabe?! Não igual aquelas medicas frias...Inclusive, ele me disse que cada caso é um caso e que pelas minhas condições eu não iria entrar em trabalho de parto dali três dias como as médicas falaram. Ainda me lembro da nossa conversa:
“Eliane, por todo o seu relato e quadro clinico consideramos que você tem Insuficiência istmo cervical. Isto é, a incapacidade do colo do útero sustentar a gestação até o final devido ao peso do útero em constante crescimento, contendo o feto, líquido amniótico e placenta. Por não agüentar o peso, o colo se abre, a bolsa d`água se rompe e em seguida se inicia um trabalho de parto, dilatação total que muitas vezes é indolor, que expulsa o feto. O que você esta sentindo fazendo pressão na vagina é a bolsa onde esta seu bebê. Irei pedir exames de urina e de sangue para checar se você ainda esta com infecção urinaria e uma ultra abdominal, a ultra transvaginal seria a melhor via de medir o cumprimento do colo mas como a bolsa esta no canal vaginal e não podemos ficar tocando para não estimular contrações, infecções, ruptura da bolsa. Até os exames ficarem pronto pedirei para subirem você para um quarto, pois aqui você não vai conseguir melhorar. Quero que você fique tranqüila, tome a medicação que seu esposo vai comprar, e continue com o repouso absoluto no leito, pois não temos como intervir, apenas observar seu desenvolvimento e do bebe. Exige esforço para o repouso dar certo, mas é possível.”
O Dr. Luir foi um anjo que apareceu pra me tirar dali daquele C.O., ele me deu um mega apoio pra fazer o repouso e acreditar que poderia dar certo e me explicou qual é o procedimento para pacientes no meu caso: o obstetra realiza uma cirurgia (Circlagem) em torno de 14 semanas de gravidez, que fecha o colo do útero com um fio específico e só retira esse fio no final da gravidez, mas infelizmente por eu já estar com a bolsa no canal vaginal isso não seria possível.
Antes de eu subir para o quarto eles coletaram sangue e urina, colocaram-me na bolsa de buscopan através do acesso, o sangramento já tinha parado e a ultra seria feito no dia seguinte. A enfermeira me avisou que estavam sem quarto para gestante tendo apenas vaga num quarto de puerpera e se eu me incomodaria em dividir o quarto com ela. Imagina. Incomodada eu estava de estar naquela maca dura há horas, ouvindo aquele gritos horríveis. Ficar num quarto com uma mãe e um bebe não seria tão ruim assim. Passado um tempo que eu havia subido para o quarto o Rafa chegou com o remédio e ficou um pouco comigo, eu já me sentia um pouco mais aliviada, e assim que o Rafa foi embora eu enfim consegui dormir.

Obs.: Para saber mais sobre Incompetência Istmo Cervical e  ciclagem, click na guia IIC/Cerclagem

Dicas de leitura: www.cerclagem.com.br

Bolsa Protusa - Trabalho de Parto Prematuro

21 de Outubro de 2011 - Acordei com minha mãe me chamando, novamente ela disse para eu e o Rafa ir morar um tempo lá, e ela falou que meu irmão também disse que por ele tudo bem se fosse preciso até que nós nos estabilizássemos financeiramente de novo. Levantei para levar minha mãe e meu sobrinho até o portão e aproveitei para ir ao banheiro, foi questão de cinco minutos. Por 3 segundos senti uma sensação estranha na vagina onde me parecia que a cabeça da bebê estava raspando no canal vaginal e logo desapareceu esta sensação.  Fui tomar café (fiquei sentada uns 10 minutos) e logo voltei a deitar, quando pensei em levantar (mas ainda deitada), senti algo descendo pela vagina, neste momento minha respiração já começou a ser mais forte...peguei um espelhinho e quando olhei havia algo estranho e transparente como um dedo de luva fazendo pressão pra sair e ao tocar na vagina vi sair um leve liquido vermelho...Liguei desesperadamente para o meu irmão e pedi pra ele avisar a minha mãe e assim  ela vir me socorrer. A principio eu não liguei pro Rafa para não preocupá-lo e corri para vestir uma roupa e ir ao hospital, quando fui tentar sair de casa percebi que a pressão na vagina e a sensação de que algo estava saindo era ainda mais forte, mas não senti dores, nem contrações, nada...Não consegui mais andar, com receio de ao abrir um pouquinho as pernas a minha filha escorrer entre minhas pernas e precisei ser carregada até o carro tamanho era meu congelamento dado a situação. Meu cunhando correu como um louco para chegar o quanto antes no hospital e minha mãe perguntou se eu agüentava chegar no hospital do meu convenio ou se eu iria para o Campo Limpo que era mais perto. Fomos ao campo limpo e lá fui atendida imediatamente e logo a médica informou a enfermeira e minha mãe: “A bolsa esta protusa, já esta no canal vaginal com dilatação de 3cm, avise ao pessoal da ultrassom, quero uma ultra urgente dela”. “Querida você será internada pois seu bebe vai nascer a qualquer momento, retire seus brincos, pulseira, aliança, sua roupa pois a levaremos ao centro obstétrico.”
“O que? Como assim? Mas eu estou com 21 semanas, isto é, 5 meses, o que esta acontecendo? A Isabella não pode nascer agora! Porque que ela vai nascer agora? Eu to de 5 meses...” Eu estava entre um furacão de pensamentos e os médicos não me falavam muita coisa e nem o motivo de ter acontecido aquilo comigo. Enquanto a enfermeira e minha mãe empurrava a maca para dentro do elevador minha mãe dizia: “Eliane você precisa ficar calma, a Isabella quer nascer agora, deixa ela nascer. Se ela tiver de nascer não há o quer fazer”...Meu rosto estava banhado de lagrimas e já chamei a Deus na “urgência” pra me ajudar, me livrar e livrar minha filha...Não conseguia orar intimamente eu só conseguia repetir um nome: Deus, Deus, Deus, Deus...E nesse momento me veio uma canção:
 “Não Temas! Agindo Eu quem impedirá? Quando andares pelas águas não te afogaras, e quando pelo fogo não te queimarás. Não temas! Sou contigo! Agindo Eu, quem impedirá?”
Quem conhece essa canção sabe que ela tem uma melodia bem alegre e é cantada de maneira agitadinha e nessa hora rapidinho  dialoguei com Deus: “Ahhh Deus! Num momento desse o Espírito Santo estar me trazendo a memória uma musica alegre quando estou triste,  é porque tem que ter um propósito. O senhor me livrará, né?! Porque sinceramente Senhor eu esperava cantar no meu coração uma canção bemmm triste pra expressar meus sentimentos, do tipo “e ainda se vier noites traiçoeiras”....”
Imagina essa minha conversa com o Pai, foi um papo reto ali com Deus que hoje quando me lembro de falar com ele sobre a musica noites traiçoeiras até dou risada..Deus, como sou dramática..rsrs.  e tudo isso num intervalo de tempo de me colocarem dentro do elevador e sair do elevador pra ir a sala da ultra..Eu tava amedrontada demais pela situação porque não cabia na minha cabeça que eu ia ter a bebê naquele dia, daquele jeito. E só Deus poderia intervir nisso (isso na minha concepção)...
Enquanto eu aguardava o resultado da Ultra, meu esposo chegou e me deu todo apoio buscando me acalmar e uma moça que também estava aguardando a ultra me disse que havia uma médica ótima no hospital – Dr. Bella, e se eu pegasse ela, seria bem cuidada. Meu esposo até brincou comigo dizendo que a Dr. Bella faria o parto de nossa Isabella, mas não funcionou muito..chorei mais ainda!
Com a ultra foi confirmada: Protusão da bolsa, abortamento em curso.
Como assim abortamento em curso? Meu médico me disse que  aborto era até o 3 meses, minha gravidez estava indo bem, a bebê esta toda formada, como pode ser um aborto?..Pensei...
Uma bruxa de médica com a ultra na mão pediu para conversar comigo e meu namorido e disse que eu ficaria no C.O. até que a bebê nascesse e que esta situação não se estenderia mais de três dias,  e de maneira bem fria disse que assim que a bebe nascesse, ela morreria.
Quem ela pensava que era? Porta voz de Deus pra me dar até tantos dias?Que diagnostico absurdo era esse? Meu esposo perguntou o que ocorreu já que eu tinha feito ultra na segunda-feira e estava bem e ela nada informou além de dizer que a bolsa estava no canal vaginal e que era fato de que dentro de 3 dias a bebe nasceria.
Ao me despedir do meu esposo não conseguia soltar a mão dele, não queria ficar ali sem ele, ele foi empurrando a maca para dentro do C.O. e eu apertando a mão dele, como quem diz: não me deixe aqui...Choro ao escrever isso, só de lembrar dói na alma...
Dentro do C.O. fiquei bem quietinha, nem me mexia, e lá me informaram que eu não podia me sentar nem para beber água, as refeições seriam feitas comigo deitada, e pra fazer o n° 1 e n° 2 seria numa comadre (no dito popular pinico, rsrs). Lá, eu não chorei e mal me movia. Na passagem de plantão eu observava os médicos e enfermeiros passando cada caso e quando chegava em mim eles diziam: “Paciente de 20 semanas e 5 dias, primeira gestação, bolsa protusa com 3 de dilatação.” Ao que o outro médico e/ou enfermeiro respondia: “Bolsa protusa? Aiii...repouso absoluto né? Não tem muito o que fazer”...
Nem parecia que eu estava ali, porque eles falavam de um jeito.. E que diacho que queria dizer essa bolsa protusa, porque disso?
Passei a noite e madrugada inteira olhando aquele relógio na parede do pré parto e ouvindo aqueles gritos assustadores das mulheres ganhando seus bebês. Foi horrível...
Na manhã de sábado uma nova troca de plantão e com ele uma médica - Dr. Francine – que repete as mesmas palavras frias da Dr. Thais que me deu até tantos dias para o trabalho de parto prematuro ser concluído e a bebe vir a morrer. Sei que elas queriam me orientar no sentido de eu não esperar cheia de expectativa, pois talvez tiveram experiências com pacientes nestas condições e que não teve êxito, mas existe maneiras de se falar isso, ainda mais quando a paciente esta fragilizada. Vocês devem conhecer aquele dito “a Esperança é a ultima que morre”, no meu caso a esperança é a única que fica mediante a todas as contradições, afinal meu Jesus vive! Ele é a minha esperança o qual venceu a morte! Com ele do meu lado, e mesmo com medo, pois eu sentia medo, eu não ia desistir! Nem dei atenção as palavras da Dra Francine e procurei me manter firme na canção que Deus me trouxe à lembrança “Agindo Eu, quem impedira?”.

terça-feira, 17 de julho de 2012

2° Susto - Viradas da vida

Dia 17 de Outubro de 2011 – Era segunda-feira, acordei cedo para ir ao trabalho, e lá estava tudo bem, sem nenhuma novidade...Era umas 16hs quando senti uma vontade forte de ir ao banheiro e quando chego lá meu segundo susto: Um novo sangramento...Minha preocupação era como uma monstra que me deixou agitadíssima,  o pessoal da empresa pediu um taxi para me levar ao hospital e lá encontrei meu esposo. Rapidamente fui atendida e o médico (Dr. Jean) super amável e calminho me tranqüilizou após me examinar e perceber que a bolsa estava integra. Perguntou se eu havia passado por algum estresse, e meu esposo comentou sobre as benditas goteiras da casa ... “Deixe que seu esposo se irrite com tudo o mais, pois você não pode se irritar”...Disse o dr. Jean sorrindo tentando me acalmar do susto. Ele pediu exames de urina e uma ultrassom apenas para certificar-se de que tudo transcorria bem. Os exames demoraram horas e eu estava faminta e como não havia nada além de pipoca vendendo na frente do hospital, foi exatamente isso que meu esposo me comprou, pipoca doce sabe? Aquelas vermelhinhas... Após sair o resultado dos exames uma médica me chama para me atender (pois o Dr. Já tinha encerrado o plantão). Quando ela me viu com a pipoca na mão, mas ela falou tanto, mas tanto, e tanto da pipoca...Meu esposo achando um absurdo a maneira com a qual ela falou, disse que eu sempre me alimento muito bem, de frutas, legumes e quase não comia quaisquer besteira, mas dessa vez não havia nada além daquilo pra eu comer, pois era o que vendia por ali. Dando de ombros, essa médica me informou que eu estava com infecção urinaria e precisa tomar keflex de 500mg de 6 em 6 horas e me deu um afastamento de um dia de trabalho...Olhou bem por cima a ultra e sobre ela nada comentou...Saímos da sala, e ela continuou falando da pipoca...

Dia 18 de outubro de 2011 – Liguei para meu médico a fim de notificá-lo do ocorrido, aquele que falei que é um doce dr. Melkh, lembra? Pois bem, ele disse que eu poderia sim tomar a medicação tranquilamente e se eu quisesse poderia ir em seu consultório no dia seguinte. Neste dia eu ainda tive um leve sangramento mas desta vez como um borro de café, mas achamos que isso poderia ser em função da infecção e eu já estava tomando o remédio para tratar deste o dia 18 de outubro...Nesse dia a advogada do locador do imóvel onde morávamos ligou dizendo que eles iriam reincidir o contrato e o locador pagaria pra nós a multa...Como assim? Falei. Ok, só que ele terá de pagar o prejuízo do armário além da multa e também aguardar encontrarmos um novo lugar, e no momento não estou podendo ver isto pois estou de repouso em casa, e não posso me estressar com isso. E assim, pedi a ela que no outro dia me ligasse ou ligasse para meu esposo para darmos uma posição de nossa parte como iríamos fazer até sairmos da casa.

Dia 19 de outubro de 2011 – Contei ao meu gerente  ocorrido, e logo perguntei sobre meu contrato de experiência que venceria na segunda-feira seguinte, ele disse para eu ficar tranqüila quanto a isso que eu ia continuar na empresa como ele já havia falado antes, e umas outras groselhas que não vale a pena aqui comentar.

Dia 20 de outubro de 2011 -  Trabalhei normal até ao meio dia, hora esta que fui almoçar, quando voltei o gerente me chamou para conversar dizendo que havia “orado a noite inteira e falado com Deus” pra saber o que ele faria comigo... “Eliane, não sei se você freqüenta alguma religião, mas eu sou um homem temente a Deus, e sinto que Deus me manda demiti-la...Você esta grávida, entrou aqui grávida, e nós temos agora duas grávidas em um único departamento, fico em uma posição difícil. Tenho certeza de que isso será o melhor para você, além do que a empresa irá começar a trabalhar com o programa da NEXXERA e com isto a empresa acredita que o sistema fará automaticamente toda a parte de conciliação bancária e contábil. Infelizmente não posso manter duas grávidas em meu departamento, eu sei que você vai compreender mais pra frente”...E falou outras inúmeras groselhas usando o nome de Deus pra justificar a minha demissão. Fiquei muito chateada, considerando que ele havia reunido o pessoal do nosso departamento para falar sobre mim, dizendo que com a saída da Dalila eu seria a responsável pela conciliação (até então esta moça ia sair de lá), e blá blá blá...Esse não era um emprego que eu queria, nem ganhando um piso salarial de acordo com meus conhecimentos, mas precisava do emprego e também sabia que podia sair de lá a qualquer hora pois entrei grávida. A chateação foi o quanto ele se promoveu me usando, das inúmeras horas extras mesmo estando doente, de ter passado todo meu conhecimento capacitando as novatas no protheus, e me dedicando ao máximo para que fosse entregue os relatórios corretos e conseguir fechar o maximo de contas para encerrar a conciliação, e das promessas dele? ridiculo, dizendo que eu ficaria na empresa. A Diretora e proprietária da empresa havia me falado que eu não sairia de lá por aquele motivo, mas eu fiquei tão chateada com ele que nem quis trocar uma palavra com ela, depois do fingimento e cara de pau dele, não seria capaz de dividir quaisquer trabalho com ele. Finalmente a moça do RH me chamou para conversar e me disse que eu estava sendo demitida por não ter passado na experiência, e logo eu falei a ela que o discurso do meu ex-chefe não tinha sido esse, mas sim que eram duas grávidas no departamento, dois problemas...Fui para a casa e fiquei a tarde inteira com meu marido tentando pensar no que faríamos e pra onde iríamos já que tínhamos que entregar a casa...Minha mãe sugeriu que ficássemos um tempo lá, afinal o meu quarto na casa dela permaneceu vazio após meu casamento,  eu queria mesmo o meu cantinho e de meu esposo, mas como eu tinha acabado de ser demitida e que além dos custos da casa, eu ainda tinha a faculdade que nesta altura do semestre estava um absurdo de caro e com isso ficaríamos muito apertados. Em menos de uma semana minha vida estava virando de ponta cabeça, mas isso ainda não foi nada em vistas do que me ocorreu no dia seguinte...