terça-feira, 28 de agosto de 2012

Indicação de médico ::Saudades de Isabella::

Na minha cabeça só havia um pensamento: IIC. De modo que tudo que eu lia era sobre isso. Um amigo criou um facebook para mim e eu logo pesquisei o grupo Cerclagem, aquele que falei da Erivane Moreno - e resolvi participar. A principio me senti acanhada de conversar mas aos poucos fui me abrindo, partilhando com elas das histórias delas e da minha história. Lá as mulheres dão uma mega força umas para as outras, tem as tentantes, as mãezinhas que venceram a IIC, infelizmente as mulheres que perdem seus bebês e se tornam mães de anjo...Mas sabe que tudo isso edifica umas as outras?! Porque todas ali são super acolhedoras, torcem, oram pelo seu sonho, te anima, te ouve...Gosto demais daquele cantinho. Numa dessas trocas de experiências uma moça me indicou um médico, Dr. Luiz Abdalla Baruki o qual realizou a cerclagem dela bem como o acompanhamento do pré natal. Outras mulheres também tinham passado com ele e me deram otimas referências. A essa altura do campeonato eu já tinha passado com uns 6 médicos pedindo orientação, então em relação a médicos eu estava bem desanimada. Como o Dr. Baruki atendia meu plano eu marquei para Janeiro/2012 minha primeira consulta mas sem muitas expectativas. Chegando lá foi bem gozado eu e meu esposo observando tudo com uma mega cara de desconfiados kkkkk...Tinha algumas mulheres que passavam com ele a anos, e enquanto não fui chamada  conversei bastante com elas e chorei muito mais rsrs (como sou chorona meu Deus), tamanho era o medo e frustação de mais uma vez não ser este o medico. Quando entrei na sala do Dr. nas primeiras palavras ja desabei a chorar, o Dr Baruki foi super acolhedor, ele não é de sorrir largamente, mas é atencioso, fez questão de ouvir todo o caso, ler o prontuário da minha internação, entre outros. O Rafa falou mais com ele do que eu, acho que todos esses medicos que passei antes tinham me desmotivado muito que eu ja nem sabia o que falar. Mas o Dr falou que ia me tratar da ferida que havia no colo do utero e que estando tudo bem ele me liberaria para tentar engravidar, ele faria a cerclagem com 12 semanas e vida na cama até os 9 meses..rsrs
O jeito dele de falar é bem claro e objetivo sem ser grosseiro, ele esperou a gente falar tudo o que queriamos, respondeu nossos milhões de questionamentos numa boa e nos disse que ia dar certo com a cerclagem, e mais, que seria um prazer me atender e me ajudar...Fofo né...rsrs
Sai de lá com o namorido com um sorriso de ponta a ponta, tamanho foi o up que essa consulta me deu, e desde então o Dr. Baruki é oficialmente meu médico, e olha que ele me atende até por email se eu tiver algum duvida =) .

Agora vou fazer um resumão do restante da história pra chegarmos nos dias atuais ;)

Me tratei efetivamente com o Dr. Baruki dos milhões de problemas ginecológicos que tive em decorrência do parto e infecção urinária, durou cerca de  5 meses de muitas idas a hospitais, exames, biópsia, pomadas, US eu até perdi as contas fiz mais do que quando eu tava grávida...Mas em Abril eu fiquei 0 kilometros novamente..kkkkk...Nessa ocasião o médico me liberou para as tentativas, mas....a saudade da Isabella é gigante e bem nesse periodo de abril para Maio comecei a me sentir muito mais triste de saudades, hiper chorosa (como se desse pra ser mais rsrs), então preferi não tentar, até porque eu necessitava preparar o caminho antes de começar a tentar e aumentar o plano de saúde pois o Dr. só faz parto em quarto privativo/particular nas maternidades Pró Matre/Santa Joana ou Santa Catarina. Então meu plano que era da Amil passou a ser SulAmérica desde de 10/08/2012. A SulAmérica comprou a carência do meu plano mas não para parto (que tem uma carência de 10 meses). Ou Seja, só posso começar a tentar em dezembro/2012 e agora em setembro começo o Acido Folico e Ultrogestan. O namorido também vai tomar, rsrsrs ta achando que é só eu é?! Nã, nã, ni, nã,não!rsrs....
Pois bem, em meados de junho senti umas dores louca na cabeça que desceu para o ombro e do nada comecei a também sentir espasmos no nariz, achei que ia ter um avc no começo, tive até medo de dormir e não acordar mais =(  ohh exagero..Mas o médico disse que estava preocupado disso ocorrer, que eu precisava me esvaziar de tudo que eu tinha dentro de mim ou isso poderia sim (mesmo sendo raro) provocar uma doença como essa..Ahh meu Deus fiquei em panico...Entre idas a medicos por causa dessa chatinha dor, foi chegado a conclusão de que eu estava com ansiedade generalizada (você deve estar pensando: que disgrama é isso?) é, eu também me perguntei que palhaçada era essa, kkkkk (depois abro um tópico para explicar isso). Essa tal de ansiedade me fez tomar remédios e nada parou a dor na cabeça, relaxante muscular e nada...entre outros...Foi então que o médico me encaminhou para um psicologo e com ele um calmante que esperneei e não tomei pois não quero ficar tomando essas coisas (foi o 4 encaminhamento desde que perdi a bebê)..Sinceramente não gosto de psicologos, não conheci nenhum que seja normal, sempre busquei superar minhas dificuldades com Deus e ele sempre me ajudou através de um padre, consagrado, outras pessoas. Na verdade não aceito essas coisas de psicologo e logo na primeira consulta ja falei pro psicologo sobre isso. Mas sabe, tinha muito choro preso dentro de mim da saudade da minha Isabella, sinto muito a falta dela...Então depois de tentar os remédios e nada melhorar marquei com um psicologo, até que foi bom, fiz 4 sessões de terapia, chorei bastante (não na frente dele, me sentia congelada), mas ele me ajudou muito, me fez pensar diferente, que eu posso me permitir a desejar outra gestação e querer acompanhar no calendário a data das minhas tentativas, me fez perceber que escondi muito do meu sofrer pela falta da bebê  e isso pode ter provocado todos esses sintomas, falou também que reconhecer a ansiedade em querer ter outro bebê é deixar vazar um pouco dela e ajuda também....Não estou mais passando com ele pois ele não atende SulAmérica, não sei também se vou procurar outro, foi bom conversar com ele, mas eu saia muito mexida, pior do que quando eu entrava lá. Falei para ele em umas dessas consultas que muito embora não cai uma lagrima enquanto eu relatava os fatos, minha vontade era de chorar tanto que eu chegava a pensar que se chorasse tudo o que tinha pra chorar ali eu poderia emergir aquela sala, rsrsrs...Ou ainda, que minha vontade era de sentar na guia e chorar e chorar, ele até falou pra mim que lencinhos eram o que não faltava lá e que eu podia chorar a consulta inteira se quisesse, as lagrimas empoçavam nos olhos mas não caiam de jeito nenhum, ainda que eu tentasse...As vezes eu voltava para a casa arrasada, e com vergonha de chorar na rua eu segurava o choro até chegar em casa, ai ja imagina, o colo do namorido é que me sustentava...Só que o Rafa também sente saudades da bebê, nesse periodo de terapia que se encerrou agora no começo de agosto o Rafa sonhou com a Isabella, pra resumir o sonho  : no sonho enquanto o Rafa chorava porque ele não queria que a Isabella partisse ela o chamava de papai, bonito isso de alguma orma acho que ela quiz o consolar ainda que em sonho.. Eu sei  que temos que dar força um pro outro, o Rafa é um consolo pra mim, amigo, dadiva de Deus mesmo em minha vida e eu também tento ser forte  ser consolo para ele quando é ele que sente a todo vapor a saudade da Bellinha, mas algmas vezes  que ele me conta as coisas eu tenho vontade de chorar mais ainda...é dificil. Mas to aprendendo a suportar...

 
Me sinto segura com o Dr. Baruki, acredito que ele vai cuidar muito bem da gestação, claro que médico dos médicos é só Deus, ele sim cuida bem de nós, mas acredito ter encontrado um profissional que irá realmente se comprometer com minha próxima gestação e isso me deixa bem mais tranquila!

 
Tem uma canção que gosto muito foi uma canção que ouvi no fim de dezembro que sempre me faz lembrar que com Deus eu posso suportar qualquer dor, e que não importa se sou fraca pois o poder de Deus sempre será presente em minha vida...na minha fraqueza...
 

 

Ja Posso Suportar
Pregador Luo
 
Eu sigo em frente nessa estrada eterna
Com cicatrizes tão profundas
Quanto as que um arado deixa na terra
Muita pressão está sobre minhas pernas
Com lágrimas nos olhos
Que se conta uma história bela
Quantas vezes parei porque cansei
Quantas vezes chorei porque tive medo
Quantas vezes? Nem sei... quantas vezes?
Meu bom Senhor, só Tu sabe quantas vezes
Meus ombros sangram por causa das feridas
Que neles se abriram
Esse é o preço por carregar o peso do concílio
Mas eu não desisto
Não vou largar no chão a arca da aliança
Pois a marca da promessa está sobre minha testa
Meus pés inchados doem de tanto caminhar
Mas vou continuar, pois tenho lutas pra travar
Deixa sangrar, pois a força que está em mim já pode suportar.
As dores do mundo já posso suportar
As guerras e aflições já posso suportar
Pela força que em mim está
Já posso suportar
Já posso suportar.
O maior dos espíritos habita em mim
Eu sou a casa que Ele escolheu para morar
Por causa disso, já posso suportar
No final de tudo eu vou poder dizer
Que lutei o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé
Hei de terminar minha batalha em pé
Um dia desses que eu não sei ao certo qual é
Isso acontecerá, até lá não deixarei de acreditar
Que maior é o que está em mim do que o que está no mundo
Sendo assim enfrento tudo
Tornou-se limpo o imundo, o excluído agora é aceitável
Fortaleceu-se o frágil.
Inimaginável
É o que ainda se reserva pros que crêem
Maravilhas e vitórias dignas de um rei
Então buscarei, quantas vitórias eu puder e Lhe dedicarei
Por Teu intermédio é que as obtive
Mesmo nos dias de crise, dias infelizes
Trarei o recordo, que o meu Deus vive não está morto
Seu Espírito habita meu corpo
Eu estou nEle e Ele em mim, por isso eu canto.
As dores do mundo já posso suportar
As guerras e aflições já posso suportar
Pela força que em mim está
Já posso suportar
Já posso suportar.
O maior dos espíritos habita em mim
Eu sou a casa que Ele escolheu para morar
Por causa disso, já posso suportar
Eu sei que as aflições e tribulações
Que passo aqui
Jamais vão se comparar com a glória que há
De se revela.
 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Em Busca de Informações ::Relatos de Mulheres com IIC::

Assim que comecei a pesquisar no Google achei um site chamado CERCLAGEM onde tinha diversas informações sobre toda esta anomalia do colo do utero. Li, reli, entrei em cada aba ou guia que havia naquele site. Embora nenhuma conhecida minha (e olha que conheço muito gente) tenha sido diagnosticada com IIC, me assustei ao perceber que muitas mulheres enfrentam esse problema, mulheres de diversas partes no mundo...Abismada  eu fiquei por saber que na estatítica mulheres portadoras de IIC representa 1% desse mundão de meu Deus...Acredito que esta bem defasado esta informação considerando os muitos casos de abortos tardios que vi na internet e na minha opinião precisa urgentemente de uma nova pesquisa de campo porque com vida não se brinca!
O que mais me cativou foi o fato de que a administradora do site - Erivane Moreno - uma mulher cujo a IIC lhe rendeu 3 filhos anjos, mas que não a fez abrir mão do seu sonho que hoje esta concretizado através da vida da sua quarta filha. Ela realiza um trabalho voluntário entre mulheres portadoras de IIC  através do site Cerclagem, na comunidade do Orkut Cerclagem, e hoje mais ativo o grupo Cerclagem no Facebook, tirando duvidas, motivando as mulheres e disseminando a IIC de maneira bem abrangente e isso tem ajudado a diversas mulheres de toda parte do mundo.
Pois bem, no primeiro instante  eu vi alguns e-mails de mulheres relatando seu caso e por um impulso enviei um email pedindo ajuda a essas mulheres, elas por sua vez me enviaram um e-mail relatando seu caso:


"16/12/11 - Claudenice
Eliane,

É com lágrimas nos olhos que estou te respondendo (compartilho suas lágrimas, pois tenho sofrido muito, muito mesmo, mas Deus, que é maravilhoso, tem me dado forças e tenho seguido adiante).

Em 19/07/2011 (julho agora), minha filha Ana Luiza nasceu com 24 semanas...eu tinha feito cerclagem (fechamento do colo do útero), pois já tinha tido 3 perdas anteriores (ela foi minha quarta tentativa), estava de repouso absoluto e, mesmo assim, a bolsa rompeu e ela teve que nascer muito prematura...o médico fez uma cesariana pra ver se ela sobrevivia e ela ainda conseguiu sobreviver 3 dias na UTI Neo, mas devido a prematuridade que era grande, veio a falecer...

Fiquei sem chão, pois tinha esperanças que ela sobrevivesse, mas Deus não quis assim...foi muito difícil, a recuperação da cesariana, ver as outras mães com seus bebês no colo saindo da maternidade super felizes e eu ali, com minha filha saindo num caixão...amiga, dói tanto, mas tantooooooooooooo que não sei nem medir essa dor...parece que tem alguém segurando no meu coração e apertando tanto que falta até ar para respirar...

O que tenho a te dizer é o seguinte: força, confiança em Deus (Ele sabe tudo, pois o que me conforta é que ela tá bem com o Senhor no céu...um lindo anjo que Deus levou pra ele...lá sei que ela não tá sentindo dor, mas tá brincando, sendo criança...Deus tem me confortado assim, pois é melhor do que ela ter ficado aqui viva, mas vegetando em cima duma cama pra vida inteira...no céu sei que ela tá feliz com o nosso Deus), confiança em você (você fez tudo que estava ao seu alcance, se não deu certo é porque Deus tem outros propósitos para você e seu esposo). Mas não perca sua fé, sua esperança, é ela que vai manter seu sonho de ser mãe viva...lute, insista, persista, não desista, Deus não tem prazer em quem olha pra trás e desiste de lutar...Ele tá vendo nosso esforço, nossa confiança nELe, nossa esperança depositada nEle...só Deus pode realizar os nossos sonhos, só Ele sabe usar o médico certo, na hora certa.

Muita força amiga, muita força mesmo...chore, se sentir vontade, pois alivia a alma e coloca toda dor, toda angústia, sentimento de fracasso, de impotência pra fora...

Um abraço bemmmmmmmmmmmmm forteeeeeeeeeeeee pra você !!!!!!!!!!

Moro em Fortaleza-Ce. Você mora onde ????????

Beijos,

Claudenice."



" 13/12/11 - Karin

Oi, Eliane.
Não sei como conseguiu meu e-mail, mas creio que todas as coisas pertencem a Deus e que a benção que recebi devo compartilhar.
Eu passei por 4 gestações, a primeira eu estava gravida de 30 semanas, e não sabia que tinha qualquer problema, só fiquei sabendo quando tive sangramento e indo ao hospital fiquei internada já com 7 cm de cilatação, sem ao menos sentir dores, tive então um parto prematuro após 4 dias internada com esta dilatação e bolsa rota, era uma menina, que ficou na encubadora por 4 dias, mas faleceu de infecção generalizada, devido o tempo em que ficou exposta. Foi terrível, teve velório, passei a noite toda velando essa bonequinha, Deus sabe como superei....

Após 1 ano e meio voltei a engravidar, agora de um menino, vivia mais internada do q em casa, fiquei de repouso absoluto por 3 meses e tomava medicamento para não dar contração, consegui levar até o 8º mês, mas  o bebê teve problemas, sofrimento fetal, o coração estava fraco, tiveram que tirar as pressas, mas este, graças a Deus sobreviveu sem nem depender de ficar na  encubadora,, hoje ele esta com 11 anos e é uma benção.
Depois dele, a uns 6 anos tentei novamente e devido ao IIC, e sem que tivesse o devido acompanhamento, perdi aos 5 meses, tiveram que induzir já que eu estava com a bolsa protusa, e corria risco, e bebê faleceu ainda durante a indução, era novamente uma menina.
Por fim, a benção recente, a um ano e pouco engravidei novamente, agora acompanhada de um especialista em IIC, que ao completar 3 meses de gestação me submeteu a uma cerclagem, no dia 27 de novembro do ano passado, fiquei internada apenas um dia, com anestasia rack, não tive dor... vim para casa e fiquei de repouso absoluto por 10 dias, depois cumpri as ultimas provas da faculdade, passei as festas de fim de ano e em janeiro voltei pra cama, novamente repouso absoluto, so saia da cama para comer, tomar banho e fazer as necessidades. Foi assim até duas semanas antes do nascimento da minha gatinha, dia 15 de maio ao meio dia, já com 39 semanas e meia de gestação, que teve que ser parto cesárea, porque agora meu colo estava tão cicatrizado que não dilatou nem um tiquinho.
Não vou dizer que estes 6 meses foram fáceis, há momentos em que eu tive ansiedade, parece que os dias não passavam, que não ia dar certo, que eu não ia suportar, mas tive muito apoio de meu marido, meu filho, da minha mãe e da minha família, recebi visitas preciosas que me abençoaram com palavras de confiança, baseada nas promessas de Deus, pessoas da minha igreja que me sustentavam em oração.
Sentia dores pelo corpo ao final, porque estava muito calor, a cama já estava me incomodando, não tinha lado pra deitar..... mas valeu a pena, hoje lembro apenas como testemhunho, porque qdo olho para seus olhinhos, é tudo, eu faria td novamente, com certeza, valeu a pena.
Querida, conforte seu coração, acredite que vai dar certo, vc mais q todo mundo tem q acreditar, q confiar, para estar preparada. Busque a Deus em oração, estar fortalecida em Cristo é o q realmente importa e nos ajuda. Planeje outra gestação, conheça um profissional capacitado a fazer este tipo de cirurgia e vai a luta, vai valer a pena, com certeza....
Que Deus a abençoe e a renove!!!!"

Mais um e-mail da Karin

"Que coisa, apesar da distância, temos tanto em comum, e acredite, minha primeira filhinha de 7 meses que perdi, e que tive de passar por velório e td também se chamava Isabella Vitória.... Quantas coincidências, e elas não param por aí. Mesmo a tendo perdido como foi, os médicos tb nao acreditavam que eu teria IIC, tanto que meu 2º e 3º filhos não tiveram acompanhamento para tal diagnóstico, acredita que qdo eu fui ao médico, gravida do 3º bebê, eu sentia um incômodo por baixo, eu estava dormindo com um travesseiro entre as pernas porque me incomodava fecha-las (era a bolsa já saindo e eu não sabia), fui ao médico e ele me disse que não era nada, que poderia ser uma infecção urinária, meu marido achou que eu estava com frescura, porque eu não sentia nada além disso!!!!! No outro dia fui internada, sai de maca do consultório porque o médico ficou com medo do bebê "descer" ainda no corredor!!!!
Os médicos entendem que só podem diagnosticar o IIC se tiver 3 gestações negativas, foi o que me diziam!!!! Mas, encontrei um médico maravilhosos, só que daqui do interior, (Sumaré), que me disse que eu não havia salvado meus filhos porque não tinha sido bem assistida!!! Ele me disse bem assim: Vai lá, engravida e deixa que o resto eu cuido, se vc confiar em mim, quero que vc somente pense nas coisas da gravidez, mas a parte médica que vai conduzir sou eu, ah, e vc tem que fazer exatamente o que eu mandar", mesmo assim tive medo e acabei engravidando tomando remédio, eu tomei uns antibióticos que interferiram, daí voltei nele, chorando, morrendo de medo de tudo acontecer de novo, e ele, um senhor ja idoso, alemãozão (nao é muito de ficar bajulando!!!) perguntou o motivo do choro e eu disse: já passei por tantas coisas, tenho medo de acontecer de novo. Ele falou: esqueça o que passou, vamos trabalhar com o que temos agora!!!!
Sei que dei um pouco de trabalho, porque havia dias em que eu estava insegura, chorosa, normal da gravidez, e ele me aguentou!!! E vencemos!!!!
A cerclagem tem alguns riscos que alguns médicos se apoiam mais nos riscos do que nos benefícios, primeiro por causa das chances aumentadas de infecção, por isso, a cada 60 dias meu ginecologista me passava antibióticos e pomadas ginecológicas como prevenção, e tb pelo fattrabalho de que se a mesma não for bem feita e devidamente acompanhada pode não dar certo, soltar, então meu médico, mesmo com a cerclagem me deixou de repouso absoluto a partir do 3º mês de gestação, eu já vi relatos de pessoas que fizeram a cerclagem e o médico mandou continuar trabalhando, vida normal, mas perderam e ainda tiveram ruptura no colo do útero onde havia o ponto. Outra coisa que adianto, mexeu um pouquinho no meu relacioamento, tivemos que ter muita paciência e perceverança, porque eu e meu marido não pudemos ter relações durante esse período, devido aos riscos de infecção....
São muitas coisas, mas acho que vc não deve pensar nesses detalhes, porque eles vão sendo superados diariamente, conforme a barriguinha vai crescendo.... pense somente em encontrar o profissional certo, é uma pena que o Dr Arnaldo, que cuidou de mim atenda somente aqui e em Campinas, senão vc poderia passar com ele e saber mas sobre o que vc deve esperar e como deve ser o procedimento, ele é especialista em infertilidade de casais, cuida inclusive do seu problema de ovário.
Beijo, Deus a abençoe e fortaleça!
Que vc tenha um Natal abençoado e que seu Ano inicie cheio de esperança e confiança!!!
A palavra de Deus diz: "Buscai primeiramente as coisas de Deus e as demais Ele fará". Busque ao Senhor, se refugie N´Ele e vc vai ver grandes maravilhas que ainda estão por vir!!!  Sabe qual o significado do nome Isabela? Consagrada a Deus, acredito que contribuimos com mais um anjo para que o céu ficasse mais lindo!!!!!
Boas festas!!!!"


Troquei e-mail com essas duas mulheres de modo especial (pois conversei com outras) durante um certo tempo e me ajudou muito conversar com alguém que havia passado pelo mesmo que eu, posso até dizer que com esses relatos busquei forças pra recomeçar a andar e voltar desejar a maternidade, porque por mais dificil que pareça para Deus não há nada impossivel!





quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Em Tempos de Guerra, Indio Pinta a Face!!!

Algumas pessoas a princípio me criticaram porque eu quis saber o que realmente me ocorreu, se eu tivesse dado ouvidos eu estaria até agora achando que foi uma fatalidade, que na proxima não seria da mesma forma, e eu mesma negligenciaria meu historico clinico. Eu precisei ir em uma consulta de retorno  ao posto de saúde do pq. Fernanda em dezembro/2011, com o Dr. Cássio: "Eliane, pelo seu prontuário médico posso dizer que realmente o quadro clinico era delicado, as chances de sua filha viver eram minímas, dado a situação, a cerclagem já não podia ser feita, pacientes com IIC devem ser tratadas como de alto risco e infelizmente só sabemos quando a mulher tem um ou mais abortos por repetição prematuramente...Mas a maneira como conduziram seu parto foi lamentavel..Infelizmente devo ser sincero em lhe dizer que no seu caso não foi nem fatalidade, foi uma tragédia. Tamanho foi o descaso."
Qualquer um pode perguntar a minha mãe como sai da sala do Dr. Cassio: Arrasada e vermelha de tanto que eu chorava...Eu ja tinha bronca daqueles medicos, pois achei que eu ia morrer nãs mãos deles e sei que ouve muita má vontade deles em tentar o possivel para minha bebê viver. Mas ouvir de um médico isso, foi demais...Chorei o dia inteiro, liguei para meu namorido, depois pro irmão Edson, falei com minha irmã...Da pra perceber que eu comecei a fazer aquele barulho...A visão clinica do Dr. Cassio fez o furacão que estava dentro de mim elevar-se na escala de 7 a 10...Tipo fim do mundo, sabe?!
Foi então que ao ir num advogado para ver a pericia do INSS ele falou que eu precisava de que algum médico validasse um laudo pra que eu e meu esposo pudessemos processar tais medicos, pois o que fizeram comigo podia se repetir com muitas mulheres...Meu esposo estava me apoiando na descisão...Mas eu sabia que mexer com isso não daria em nada, e uma coisa foi o Dr. Cássio me falar aquilo cara a cara comigo, outa seria ele validar um laudo contra "seus colegas de trabalho" sendo que ele não acompanhou meu caso quando da minha internação. Então denunciei cada médico na ANS relatei o ocorrido, passei o CRM de cada um deles...Fui até a Adm do hospital e abri uma reclamação. Sei que poderia ter feito mais pra que isso não ocorra novamente..Acho que o processo seria ideial para este caso...Mas embora eu reclamasse tanto, eu não queria me envolver com isso...Sei que na ANS as coisas são meio lentas, mas Deus não é devagar na sua justiça, ela vem na hora certa!
Pois bem, a partir daí mudamos o foco. Eu fiz uma lista de médicos do meu convenio de regiões onde achei que me proporcionaria bons profisionais, peguei o laudo do hospital e liguei para as clinicas informando o meu caso e perguntando se o médico conhecia sobre IIC e se o mesmo realizaria a cerclagem se preciso fosse. Queria conversar com um médico conhecedor da causa, porque embora com medo, eu ia me planejar, me tratar e tentar engravidar de novo. No primeiro momento o Rafa não queria mais pensar em gravidez..Eu  o entendo, meu medo também me dizia pra não tentar nunca mais, mas o despertar para maternidade do meu coração ja não se importava com as dificuldades que pudessem surgir, mas até lá eu tinha que fazer tal os intelectos da vida, virar PHD no assunto...rsrsrs...Parece um pouco de exagero, mas o Dr. Cássio falou que eu precisaria me planejar pois a gravidez seria tratada como de alto risco, ou seja eu não podia engravidar quando eu bem entendesse pois seria necessário repouso relativo ou absoluto após a cerclagem.

Visitamos um médico em moema, um consultorio lindo, chique, pertinho do Shop. Ibirapuera. É impressionante: sempre que acho que a coisa vai bem, que o médico ou o lugar vai me proporcionar ajuda, da merda! Essa minhas primeiras impressões só me atrapalham, tenho que parar com isso! Ao entrar no consultorio o cretino, picareta do médico nos tratou com cordialidade, mas quando começamos a contar o caso, e assim que eu me pronunciei que eu ia esperar os 6 meses e queria engravidar e se ele faria a cerclagem, o picareta já me jogou um balde de água fria: "Você quer cobrir um risco com outro risco? A cerclagem não é garantida, você pode ter uma infecção e isso induzir o parto, ou os pontos podem estourar..ou isso...ou aquilo...se você perder outro bebê, ai sim a gente tenta a cerclagem"...Quando ele falou isso, meu esposo ficou com as mãos tensas, olhei pro Rafa e ele estava pasmo como eu. Como ele pode falar uma coisa dessas meu Deus: "se perder eu faço..." Como se fosse um guarda-chuva que se perde e se repõe no dia seguinte...Dali pela frente eu só queria sair daquela sala. O Rafa começou a questionar um monte de coisas e o Rafa teve de pedir pra ele olhar o prontuário, a má vontade dele era tanta que nem isso ele queria fazer...Seria mais produtivo pra minha vida e a vida dele ele simplesmente falar: "Eliane não atendo pacientes que exiga mais dedicação" Assim eu não perdia meu tempo e nem ele o dele...Isso porque antes de ir a consulta eu perguntei se ele conhecia o problema, se ele faria a cerclagem....Ele conhecia a Dra. que induziu meu parto, ele até falou que era impossivel ela errar num prognostico (uhuh agora ela era tipo um Deus da medicina ginecológica,,ahh tá)  ele foi residente com ela e bla bla bla...Deveria mesmo serem da mesma "turma" de residente haja avista que o vocabulário ignorante e frio dos dois eram os mesmo. Olha só que mulher fria: Ela disse para meu irmão quando eu estava internada que não garantia nem a vida dela quanto mais a minha. É verdade que ninguem garante a propria vida, mas precisava ser tão bruta? Meu irmão só perguntou se eu estava bem, se a bebê estava bem.
Como uma amiga diz: "Agora imita um passarinho porque o cavalo eu já vi que você sabe imitar direitinho" rsrsrs...Eu devia falar isso pra esses tipos de médicos! Hunf...

Eu tinha dito ao médico que estava saindo muito leite e que se pudesse eu queria tomar um remedio pra secar, quando esse médico apalpou as mamas  não saiu leite..Ele não apalpou direito eu mesma senti e na mesma semana passei em outra médica, e ela só deu uma leve tocada, e saiu um tantão...
Enfim, saimos de lá muito chateados, eu sai mais chorona do que eu ja tava, meu marido disse que não queria pensar e nem ter outro filho, eu também me chateei e pensei que era melhor esquecer, afinal temos um ao outro e só de pensar em perder outro bebê o choro dobrava, a dor da perda da Isabella ja ta tão dificil de suportar...Confesso que me senti muito inferior das pessoas, por pensar que o que muitas carregam por nove meses com os pés nas costas eu não consegui fazer nem até os 6 meses...A vontade que eu tinha após sair daquele consultório era sentar na guia e chorar tamanha foi a decepção com essa consulta...Massss...aprendi na escola que em dias de guerra Indio se pinta, foi daí que a pesquisa no Tio Google entrou em ação! 

domingo, 12 de agosto de 2012

Após a alta hospitalar...

Na segunda-feira dia 07 de novembro de 2011 eu me levantei aflita pra sair daquele lugar. Sentia uma vontade de descer ao C.O. e bater, falar poucas e boas aqueles médicos por tudo o que eles fizeram. Mas sabia que isso de nada adiantaria...
Minha mãe procurou a enfermeira pra tentar ver a minha alta, mas ela disse que só quando a médica chegasse e avaliasse é que ela veria se eu teria a alta. E cadê essa médica? Deu 8:00 am...9:00...E nada da médica.
Tomei coragem pra sair do quarto e pela primeira vez vi os corredores pois sempre passei por ali olhando pro teto, na maca. Fui andando apoiando na gradinha da lateral do hospital, meu andar não era tão bom, mas eu estava ali, forte o bastante para parecer que eu estava pronta para ter alta. "Eu vou andar normal, eu não vou ficar aqui....vou mostrar que estou ótima..."Pensei. Aquele lugar sem minha filha estava prendendo minha alma, era horrível, comecei a sentir repudia por aquele hospital...Parecia uma eternidade esperar por essa médica, e só as 11:00 ela chegou, me examinou, eu disse que estava muito dolorida  lá naquela parte intima sabe, ai ela disse que  como tiraram a bebe de dentro de mim usando as mãos lá e  um ferro (que esqueci o nome) a vagina sofreu uma depressão, só não ri porque não eram meus melhores dias, mas quando mais tarde contei ao Rafa ele disse que ia marcar um psicologo pra minha vagina, kkkk como ele é bobo, só ele pra me fazer rir com uma coisa dessas, rsrs...Até pesquisei na net porque achei estranho..vagina em depressão? hahaha, essas médicas..e era verdade, viu! rs
"Eliane, seus exames de sangue esta melhor, falta um pouco de ferro, mas te daremos algumas medicações para tomar e ira melhorar, mas não poderei lhe dar alta ainda pois o fisioterapeuta precisa te avaliar."
"Não Doutora"..Comecei a chorar desesperada, bem sentida com a  situação... "Florzinha, não faz isso, não chora assim, você  percebe se ao ficar em pé você esta mais firme?" (Só pelo florzinha eu já gostei dela, rs...Pessoal, fala se eu não estava carente, rsrs)..Gente eu tive uma crise tão mega louca de choro que ela resolveu me liberar, mas eu precisaria procurar um fisioterapeuta para avaliar minha condição, pois as dores na lombar estava me atacando, eu voltaria a andar normalmente mas parece que não podia forçar e precisava alongar, bla, bla, bla...eu só queria ir embora, isso eu via depois...
Na saída o Rafa trouxe três rosas, e dei a cada enfermeira que cuidou de mim com um carinho gigante, teve uma que encheu os olhinhos de lagrimas, e disse que quando eu tivesse o próximo bebe ela queria ver, que no próximo eu ia conseguir. Enquanto minha mãe pegava as bolsas com minhas coisas um pensamento ruim me veio  a mente, me dizendo que eu já não tinha lugar no mundo lá fora, o que eu ia fazer dali em diante sem a Isabella? Durante aquele período de parto, achei que eu não sairia de lá viva, tamanho foi a situação mal conduzida pelos médicos.
Enquanto meu cunhado colocava a TV no porta malas eu vi a claridade da rua, um dia claro, de sol, bonito. E  eu não via perspectiva alguma pra minha vida...Não foi fácil, não chorei mas parecia que todo o mundo estava diferente, era frustante sair dali sem minha pequena nos meus braços. 
Fomos pra casa da minha mãe porque onde morava tinha escada, ao chegar lá minha irmã Edileuza meu deu um "Oi Eliane", ela melhor que ninguém sabia que não tinha o que se dizer...meu irmão Edson também me deu um Oi Eliane...sem saber como agir...não tem o que falar nessas horas, e eu também não queria ouvir nada.
Nesta semana o Rafa não foi trabalhar pois como eu ainda não estava tão controlada emocionalmente e não conseguia andar sozinha sem apoio ele e minha mãe me ajudava a ir ao banheiro, pegar minha comida,  a tomar banho que ainda tinha de ser sentada, o que em torno das duas semanas seguintes melhorou, graças a Deus.
Nestas semanas eu preferi não receber visitas, não atender telefone,  pois as pessoas iriam perguntar, eu  não queria falar a respeito, ainda não tinha aceitado essa história de incompetência ou insuficiência istmo cervical, e além do que eu estava muito chorona. Meus seios estavam cheios de leite, mas como a médica disse para não mexer para não estimular, assim o fiz, até que começou a empedrar. Este foi um sofrimento a parte porque tive de tirar na bombinha, minha irmã teve de apertar bem os seios para começar a sair leite, eu com um pano na boca, chorava de berrar, além da dor que era gigante, o bico do seio rachou, pois eu não o tinha preparado, ainda bem que minha irmã teve pratica e me ajudou muito a tirar porque eu não tinha condições...foi assim quase um mês, até que a médica me deu um remédio pra secar o leite. Desde que sai do hospital tentei ir  na missa, mas não consegui ficar, menos de cinco minutos olhei para o altar e senti que toda minha dor estava sendo exposta ali, doeu tanto, comecei a chorar e fui embora com minha amiga Aline. Acho que naquele dia Deus queria começar a me curar pois a dor é gigante, mas eu não estava preparada para encarar. Eu e o Rafa ficamos mais reservados, então assistíamos tv, conversamos bastante, quando comecei a andar melhor nós fomos ao cinema, almoçamos fora..Meu namorido me fazia sorrir com o jeito brincalhão dele de ser, meu esposo me sustentou com o seu próprio coração neste tempo, pois ele também sentia pela perda da bebê e minha amiga Aline não saia do meu lado pra nada, sempre me ajudando com as milhões de ida a hospitais, e me fazendo companhia.
Em dezembro encaixotamos todos nossos moveis, novinhos...fomos morar na minha mãe, eu ainda tinha pericia no inss do tempo de internação e da licença maternidade, não podia mais morar em casa que tivesse escada, então iriamos morar lá por um período até eu voltar a trabalhar e encontrar uma casa plana. Agora eu queria resposta, o que realmente me ocorreu? Como é que o corpo de uma mulher feito para gerar não conseguia sustentar o peso de um bebê de 500 gramas? Eu não acreditava nisso...e passei a procurar por respostas..

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O dia mais triste de minha vida

Dia 06/11/2011
Acordei cedo e minha sogra ainda dormia, confesso que foi terrivel abrir os olhos aquele dia e enxergar que a Isabella não estava mais ali comigo, eu já sentia meus olhos pesados de tanto chorar. Não posso explicar o que senti exatamente, na verdade não existe vocabulário no mundo que ajude a exprimir meus sentimentos naquela manhã. Fato era que neste dia a algumas horas a frente, o corpinho da minha pequena seria velado e tão logo sepultado e embora eu não estivesse lá, parte do meu coração partiu com a minha pequena. Não seria exagero dizer que tudo isso rendeu-me cicatrizes profundas, só Deus sabe as feridas que se abriram em meu coração da falta que sinto da Bellinha, dos planos e sonhos que eu tinha pra nós.
Foi com lágrimas nos olhos que iniciei o primeiro post no dia 28 de Junho/2012 contando uma história bela, de amor, onde tudo iniciou com alguns sinais de Deus em minha vida a dizer que eu estava gravida e contei cada descoberta, cada nova sensação gestacional, a primeira mexida na barriga, ahhh que saudade...De algum modo, mesmo relatando agora o sepultamento da bebê a história ainda é bela, claro que as lagrimas não são as mesmas que iniciei contando, mas a história é toda feita de amor e até o fim foi amor de descisão, de selos eternos, porque o que vivemos juntas vai ficar pra sempre em mim, as conversas, seu crescimento, o amor em mim crescendo...Só a gente entende. Pra quem um dia disser que seis meses é muito pouco frente a uma longa vida, posso dizer que em todos os meus anos de vida eu não vivi e amei como quando eu engravidei da Isabella. Eu experimentei um pouquinho do céu na terra, de tão divino que é a maternidade!
A enfermeira boazinha (que havia me tirado do C.O. no dia anterior), apareceu na sala e com um sorriso singelo me disse que eu precisaria tomar algumas medicações e que ela iria retirar o acesso do meu braço (Até que enfim, ficou um super buraco de tanto tempo que fiquei com o acesso, afff)...
Minha sogra acordou e juntamente com a enfermeira elas me motivaram a tomar o meu 1° banho após três semanas de banho de paninho e/ou caneca. Eu estaria ansiosa por este banho se minha filha estivesse ali comigo, me sentiria agraciada por depois de tanta luta ter a Isabella no meu colinho, como recompensa de quem alcançou um milagre. Mas isso estava apenas em meus sonhos agora.
A enfermeira falou que eu precisaria tentar levantar mas que inicialmente eu não iria andar normalmente, mas ela e minha sogra iam me ajudar a colocar os pés devagarzinho no chão - tô tentando escrever mas o choro e as lembranças ta que tá...
"Eliane, vamos te ajudar a levantar, você pode sentir um pouco de tontura e fraqueza porque passou muito tempo deitada mas é normal, coloquei uma cadeira no banheiro pra você tomar banho sentada vamos te apoiar e te levar até lá, não precisa ter pressa pra caminhar, vamos devagar...Senta e coloca os pés no chão sem pressa."
Passei tanto tempo deitada que achei que seria desconfortavel me sentar. Não foi. Na sequência minha sogra e a enfermeira me seguraram cada uma em um braço e eu tentei me levantar. Minhas pernas não suportaram de primeiro o peso do meu corpo, senti uma forte tontura que achei que fosse desmaiar isso porque eu não tinha dado sequer um passo, e na hora desabei a chorar. Novamente a frustação, raiva e sentimento de impotência vieram me dar um sacode nas emoções, pensei que era um absurdo eu ter de fazer agora todo aquele esforço pra voltar a por os pés no chão sem ter ali a recompensa, o prêmio da vida que tanto meu coração ansiou. Que vida é essa que tanto se luta pra perder, Meu Deus?
Encostei na cama e minha sogra carinhosamente foi me motivando a tentar levantar (acho que elas pensaram que eu chorei por causa do peso da perna, tontura)...antes fosse só isso minha gente... Minha sogra com carinho disse que eu precisava andar até o banheiro, tomar banho e  tirar aquela roupa suja de sangue e vomito que eu ainda estava...Ja a enfermeira me disse que se eu quisesse ter alta logo eu precisa demonstrar que estava me recuperando, tentar andar, fazer coco, ou eles iam me segurar lá no hospital. Fiz força pra tentar ficar em pé com elas me ajudando, andei um passo torto, chorei, parei de andar, achei que ia cair...mas cheguei até o banheiro. Ah como pedi a Deus que aquela agua que caia sobre mim levassem todo esse sofrimento, curasse meu coração. Fiquei horas debaixo do chuveiro com o olhar parado e por vezes de pensamentos vazios, minha sogra foi um anjo pra mim não só neste dia mas em todo o transcorrer da minha internação. Ela desembaraçou todo o meu cabelo e olha que ele estava parecendo os pelos do meu cachorro Jolie quando embaraçava, rsrs, todo engrunhido, embolado até a raiz, e como tava grande o cumprimento demorou um tempão pra ela desembaraçar, rsrs...Ela me mostrou o bolo de cabelo ou que tinha caido ou quebrado. Me sequei sentada e pra voltar pra cama a enfermeira voltou e me ajudou com minha sogra  até chegar lá.
Café da Manhã? Pelo amor de Deus!Quem tem apetite numa hora dessas? Eu não queria comer, nem fome eu tinha mas a enfermeira era ligeira, dizia que se eu não comesse..Já sabe: sem alta hospitalar...Fala serio, ela era uma chantagista nata! rsrsrs..Gosto muito dela, embora nem lembro de seu nome.
Poucas horas depois meu irmão Emerson chegou, me abraçou e conversou bastante comigo, lembro da minha sogra falando: nossa seu irmão fala bastante hein! Nem tanto...rsrs...Ele me ajudou a levantar e me dando o braço dele de apoio me ajudou a ficar me movimentando dando alguns passos no quarto, eu sentia que minhas pernas estava tipo cambito de grilo sabe, porque elas bambeavam reclamando o peso do corpo, rs.
Se aproxima o horário do velório que seria as 11:30. Eu não tinha idéia de como meu namorido estava ou se sentia, pois eu estava sem celular, mas sei que no lugar dele e, embora eu até quisesse, eu não suportaria estar lá.
O meu irmão e minha sogra ficaram comigo o tempo todo, o Eme tentando me fazer dar risada, contando algumas coisas engraçadas, outras horas partilhando da história de Jó da biblia, outras ouvindo musica no celular, e por diversas vezes me ajudou a levantar e caminhar no quarto. Horas depois chegou minha madrinha com o Rafa, ela vinha me visitar e não sabia do ocorrido.
O Rafa me contou como havia sido estes dois dias, e me falou do respeito com que o pessoal do hospital das clinicas tratou a bebê, ele disse que as pessoas ao falarem da bebê diziam "anjinho" "Vou arrumar bem bonito o anjinho". Bonito isso. Ele levou a roupinha que compramos pra saida de maternidade, era linda, especial a cara da Bellinha, e o Rafa falou que ficou num tamanho perfeito. Contou com lágrimas nos olhos que tinha feito uma oração antes de fecharem o caixãozinho e que após o fechamento do caixão ele pegou o caixãozinho em suas mãos com o corpinho da bebê ali guardado e seguiu caminhando com o pessoal sentido ao lugar do sepultamento, até que alguém do cemitério prestou ajuda pra levar até a sepultura. Olhava para o Rafa enquanto ele contava, ele não estava se debruçando em lágrimas, mas estava ali as lagrimas discretamente empoçada em seus olhos que ja estavam bem avermelhados, acho que de tanto chorar, mas sua postura era de um homem firme, forte. E boa parte dessa firmeza foi pra tentar me sustentar por que eu sentia meu coração destroçado...Eu sei o quão dificil foi para ele, afinal desde sempre o Rafa sonhou em ter sua esposa, seus filhos....
Cumúlo da cara de pau do dia: meu namorido me contou que um casal da igreja que participamos foi até o cemitério. Quem os avisou? Não fazemos a minima ideia pois não temos amizade com eles. Essa moça não me suporta, eu não falo com ela, pois ela ja fez muita fofoca a meu respeito com insinuações de que eu estaria dando em cima do marido dela, mulher possessa de ciumes, sabe?!Antes eu era amiga deles, mas percebi que não dava pra manter amizade, n° 1 porque o Rafa não gostava das posturas do Rapaz entre outras coisas, n° 2 pelas invenções da mulher dele e crises louca de ciúmes dela. n° 3 porque por favor né, tenho que ter vergonha na cara e ficar longe desses tipos de pessoas, já foi o tempo que eu deixava todos darem na minha cara...A cara lavada foi o que mais me chamou atenção. Como pôde? Podem chamar isso de ato solidário, eu dou a isso outro nome! Muita falta de respeito. A madrinha da Isabella - Eliana falou que eles haviam chegado depois do sepultamento. Graças a Deus eles chegaram no final, aquele era um momento só para pessoas que realmente fazem parte da nossa vida. Essa moça ainda disse para o Rafa que iria me visitar...Você acha que ela ligou ou me fez a tal visita? Ahhh se ela liga!!!
Alguns minutos depois liga a Graziella, madrinha de consagração da bebê e me diz: "Eu ainda continuo na lista de madrinha, né?!" Me chateou ouvir isso, a bebê que ela era a madrinha é a Isabella, embora ela tenha falecido ela não deixou de ser madrinha da bebê, assim como eu sou a mãe da Isabella. A Eliana (madrinha da bebê) perdeu dois bebês, o primeiro ainda estava no 1° trimestre gestacional, o 2° foi a Raissa já com 9 meses de gestação mas por um erro médico passou do tempo da bebê nascer. A Raissa foi sepultada no mesmo cemitério que a Isabella, e eu sei que a Eliana nunca esteve lá, eu entendo como deve ser dificil, de modo que não esperei que ela fosse. Mas leia bem o que ela me disse: "Eliane eu tinha que vir a Isabella é minha afilhada"...Totalmente diferente.
Minha irmã também perdeu seu 1° bebê, seu nome era Jonathan, ele faleceu apos lutar por seis meses pela sua vida, e também foi sepultado no cemitério que a Isabella esta, e minha irmã também não foi mais ao cemitério, mas me sunpreendi de saber que ela foi, seria totalmente compreensivo se não tivessem ido. É dificil, só quem é mãe de anjo sabe e sente. Não sei se pelo ocorrido a minha sensibilidade estava a flor da pele, mas essas coisas me chatearam...
Foram todos embora, minha sogra foi descansar um pouco ficando apenas eu e meu namorido.

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Meu namorido me contou o que rolou enquanto eu estava entrando em trabalho de parto, disse que no dia 04 de novembro minha mãe ligou no trabalho dele dizendo que era culpa dele eu estar naquela situação (por causa da história da festa a fantasia que ela deve ter  ouvido eu conversar com ele, sendo que eu ja tinha me entendido com o Rafa), e que se a bebê morresse a culpa era dele...Olha as histórias..minha amiga contou que ela havia bebido e feito um escandalo no hospital, xingando todo mundo..Ela tava indo tão bem, sem beber, ai teve esse problema e ela fraquejou. Mas isso é assunto pra outro post minha mãe tem seus defeitos assim como eu, mas ela é uma otima pessoa, mas quando bebia dava dessas..Graças a Deus isso já passou..Minha mãe e o Rafa discutiram porque 1° ela não deixava que o Rafa ficasse lá embaixo (sabe que eu amo minha mãe, mas naquele momento eu queria estar com o Rafa ali do meu lado, afinal ele era o pai da Isabella, eu precisava dele ali comigo como ele sempre agiu, e era um direito dele estar lá, é esposo e pai da Isabella, né pessoalll)...2° porque ela foi dizer ao Rafael que se a bebê tivesse morrido ela iria ficar para ser cobaia no hospital...Ohhh Goddddd...Olha o que minha mãe disse, com todo amor que devoto a ela, eu ja tinha perdido a compostura...O Rafa deu uma resposta nela e saiu de perto pra não piorar o quadro. Vcs devem ter lido que eu tinha me desentendido com o Rafa e com essas historias toda o Rafa disse que pensou em se separar de mim...Magina...Desgrudo não...kkk...Mas conversamos, ele tava errado, eu tava errada, a gente se pediu desculpas, fez um carinho e love pra frente....
Assim que minha mãe chegou meu esposo foi descansar, assistimos tv, conversamos um pouco (quer dizer minha mãe assistiu porque eu não conseguia mudar o foco), não comentei nada sobre o que o Rafa havia me dito até porque eu não tinha nem animo pra falar, e logo me deitei para tentar dormir. Mas confesso que aquela situação me parecia roubar a vontade de viver...

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Pós parto...Conversando Com Deus

Eu dormi apos toda essa loucura e perda do meu anjo, mas tive a impressão de que  alguém estava do meu lado, não parecia um sonho, ela me olhava, não me dizia nada mas ela estava ali. Era uma mãe, aquela a quem lá num T.L.C onde fui servir e ja estava  gravida consagrei a Isabella, pensei ser nossa  senhora, não estava como uma santa no altar, não tinha na cabeça uma coroa, estava normal, não vi realmente sua figura perfeita em traços, senti ela ali, sonho ou não, pra mim foi bem real. Mas eu também não disse nada, não me esforcei em dizer nada.
Ao acordar ainda não sentia minhas pernas por causa da anestesia. Abriu-se a porta do pré parto e duas queridas enfermeira entraram, aquelas que sempre cuidavam de mim com carinho, com um banho no leito de caneca rsrs, me traziam escondido um chocolatinho, brincavam comigo e com a bebe dizendo que iriamos ceiar o natal juntas...Infelizmente não iria acontecer isso, meu sentimento de tristeza e a dor me cegou naquele momento de modo que não me permitiu sentir que Deus estava ali do meu lado, quando na verdade ele envio mãos humanos, corações amigos através dessas duas enfermeiras que descerem do 7 andar até o 3 só pra me ver e pedir por minha liberação pra que elas cuidassem de mim...Acho que Deus me consolou quando não havia consolo através daquelas duas enfermeiras. Quando vi seus rostos na fresta da porta e elas vieram ao meu encontro apertando minhas mão, foi como se tivessem me dado realmente permissão para chorar, pra chorar alto sabe, sair daquele choro sofrido abafado, uma delas me deu um beijo na testa enquanto a outra com lagrimas nos olhos segurava minhas mãos, chamaram uma médica para conversar pedindo para que ela me liberasse pra subir para o quarto, a médica disse que ainda não havia me liberado pois eu estava em observação por conta da curetagem, mas as meninas falaram que elas observariam e que qualquer queixa de minha parte elas relatariam e se preciso me desciam para o C.O. novamente. Logo as meninas me falaram que não havia nenhum quarto vago de gestante, apenas de puerpera, então perguntaram se eu me incomodaria de dividir por enquanto um quarto com um mamãe e um bebê.   "Lógico que me importo" pensei..Mas minha resposta foi diferente: "Tudo bem, vou ter que aprender a conviver com isso, não é?"  Eliane, talvez seja só hoje, ou só algumas horas, é só o tempo de vagar o quarto, mas se você quiser aguardar aqui embaixo..." Não!!! Era tudo o que eu menos queria, ficar ouvindo gritos das mulheres tendo seu bebe e os choros dos bebes que acabara de nascer..Doia demais, tamanha era minha frustação por ouvir o choro de inumeras crianças vindo ao mundo menos o da minha tão esperada Bellinha.
Assim elas me subiram, eu chorando já quietinha de novo, uma das enfermeiras segurando minha mão com lagrimas nos olhos  e a outra enfermeira empurrando a maca. Já no quarto vejo uma mamãe com uma menininha no colo, não reparei muito naquele primeiro momento, eu estava apenas pensando no meu esposo, a enfermeira me emprestou o celular pra ligar para ele, e em menos de 10 minutos ali estavamos, eu e ele abraçados, eu chorando, sem falar nada do que realmente havia ocorrido, e ele com lagrimas nos olhos, mas "aparentemente" mais forte que eu. Estava com meu namorido o nosso amigo Alan, que não me disse nada além de um abraço e um olhar que enxerga fundo lá no coração mesmo, ainda me lembro esse olhar consolador...Amigos  são assim - falam conosco com um simples olhar...Meu esposo mencionou que precisava ir até o Hospital das Clinicas onde estava o corpinho da bebe - sendo feito pericia, e que também teria de ver o velório/enterro...Foi horrivel ouvir estas palavras, é dolorido pra mim só de pensar na idéia...
Enquanto concluiamos nossa rapida conversa ouvimos os pais da bebê brincando com ela e as chamando pelo nome: "Isabela...gotosa...Vamos mamar Isabela...." E ela repetia tanto o nome dessa bebê...Oh Meu Deus...Parecia que era pra me cutucar sabe....Mas claro que não era, ela nem sabia o nome da minha bebê.
O Rafa precisava ir para ver todas essas coisas que falei, mas quando ouviu o nome da bebe que estava comigo no quarto perguntou se eu ficaria bem, se eu queria que ele ficasse um pouco até que alguem chegasse e ficasse comigo. "Não amor, pode ir eu vou ter de aprender a conviver com isso de qualquer jeito...Pode ir." E assim ele e o Alan foram embora...Após uns 30 minutos a moça pergunta onde esta meu bebê. Até então eu não tinha pronunciado essas palavras mas era inevitavel, então respondi "Ela faleceu" e ja senti as lagrimas novamente voltarem a brotar nos olhos. Acho que a moça ficou sem graça, pediu desculpas por ter perguntado e disse sentir muito pelo ocorrido...
Duas horas depois ela e sua Isabela recebeu alta, e assim pude ficar sozinha no quarto...
Era o meu momento com Deus e martelava no meu pensamento aquelas palavras do "Agindo Deus, quem impedira?..."olhei ao redor do quarto, aqueles cartazes de amamentação, foto da mãe amamentando....até que realmente me arrisquei e falei: "O que você quer que eu te diga? você sabe tudo o que ocorreu, o que posso te falar? As lagrimas corriam e corriam em minha face, o choro ja estava de silencioso para mega alto, com intervalos de soluço,  e eu continuei ali esperando uma resposta de Deus...Se era pra ser dito algo que meu choro falassem por mim, por que eu não tinha palavras pra dizer nada, ainda que eu quizesse não tinha como eu descrever meu sentimento naquele momento...Todos os tipos de pensamento vem na mente de todas as vezes que falhei como ser humano, dos erros que cometi...Seria por isso que eu estava passando por tudo aquilo? Mas porque judiar da minha bebê que era inocente de tudo, até a minha Isabella falecer ela ficou num forte sofrimento fetal quando sem liquido amniotico ela começa a sentir falta de oxigenio...Ela sofreu muito também, se era justo comigo não era justo com ela! E todos os sinais da gravidez que pensei ser advindos de Deus, porque nos fazer viver esse sonho lindo, especial e unico e nos tirar de um jeito tão cruel? Não era uma simples revolta que borbulhava dentro de mim, era um desapontamento, me apeguei a Deus com amor, sim eu reconheço que entre erros e acertos permaneci, talvez não do melhor jeito, não tão fiel,  mas tudo o que fiz era com amor, era por Ele, pra Ele. Então o que tinha dentro de mim, era desapontamento, decepção com Deus, porque confiei nEle e ele não agiu, de modo que resolvi ficar ali quietinha, esperando Sua resposta pra tudo aquilo...Enquanto fiquei quietinha, chorando (porque este choro durou umas tres horas seguidas), acredito que o Espirito Santo me trouxe a memória aquela pregação que fui fazer no lugar do Marcelo Macedo, que inclusive comentei nos primeiros post (clique aqui para ler o post Mantenho os olhos fito em Deus, que é onde esta toda minha confiança!   ) E foi dai que recebi as respostas que meu coração precisou naquele momento...Não disse a Deus mas meu coração humano pensou pra sí que já não adiantava ter em Deus a confiança, pois aguardei até o ultimo segundo para que Deus agisse, e nada...Mas recordei dessa pregação, que Deus me chamou para ir lá partilhar a palavra e percebi que lá no fundo Deus queria falar comigo e através de mim mesma...Lembrei-me fortemente do que partilhei "E quando parece que aquilo que tanto queremos ou pedimos a Deus não esta se cumprindo, não podemos simplesmente ir ter com Deus e dizer: “Olha Senhor, demorou demais” ou “Senhor o senhor não realizou aquilo que eu havia pedido, por que isso comigo? vou retomar esta confiança que coloquei em ti, pois essa o Senhor não deu conta...” Porque aquele que começa a obra em nossa vida é fiel e justo para aperfeiçoá-la, cumprir em Seu propósito!

Isso foi o suficiente para eu receber no meu coração que o que de errado eu cometi na vida Deus já havido perdoado em Cristo e que muito embora o que eu tanto pedi a Deus não foi alcançado eu não poderia pela minha decepção ir ter com Deus e pedir de volta a confiança que depositei nele...Porque isso não era culpa de Deus, e é exatamente o que o inimigo quer que eu pense, não da pra por na conta de Deus todas as maledicencias dessa terra, se Deus precisa de me fazer sofrer pra me aproximar dele, então teria algo de muito errado em volta dessa fé que tanto prego, pois a Biblia diz que Deus é amor, e não dor. Mas se isso foi permitido é porque existe um "Pra que" que lá na frente eu ia entender. Eu queria tanto que a Isabella vivesse que nem me recordei do risco de contaminação que era praticamente certo da Bellinha pegar pela infecção urinaria que eu contrai no hospital, e se ele tivesse sequela? Talvez Deus a preservou de sofrer, não sei...No presente momento eu não entendo, hoje é bom saber que Deus esteve comigo em todo tempo, me entende em todos meus pensamentos e ao recordar sobre esta pregação me senti na vontade não só de chorar para Deus, mas sim de chorar com Deus...Porque Deus se compadece com os sofrimentos dos seus e chora conosco a nossa dor, Ele também vê  adiante e cumprirá todos os Seus propósitos de amor e paz na minha vida. E ali, deixando-me ser consolada por Deus e por Cristo, cantei em meu coração os versos compostos em forma de canção feita pelo Rodrigo Negão e que recebi o convite de um dia interpretar a canção com ele e o Guga, o qual nunca imaginei que ela seria minha oração, num momento como este:

  ME LEVE ATÉ VOCÊ
"Incompreensivel aceitar o fim da vida, é impossivel tentar te esquecer. Fiz tudo o que podia para nunca te perder, quando tudo esclarecia você não conseguiu conter.
Não é mais justo aceitar o fim da vida, é um absurdo lutar pra não vencer . No silêncio eu lembro da tua vontade de viver, e nas minhas recaídas quero estar perto de você.

Não quero viver na solidão, eu preciso tanto da tua mão, quero  caminhar contigo em toda direção, sei que não pode mais estar aqui mas sinto você perto de mim, peço para Deus que um dia me leve até você"


E assim me derramei em lagrimas o resto da tarde e noite até que minha sogra chegou e me acalmou, conversou bastante comigo pois ela conhecia bem a dor já que antes do meu esposo ela também perdeu dois bebes. 

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Dia 05 de Novembro de 2011 - Minha Isabella volta para o colo de Jesus... e assim sou mãe de um Anjo

As 1:00 am comecei a realmente sentir as dores do parto, de modo que me contorcia toda naquela maca. A barriga da Isabella começou a endurecer tanto, tanto, chega doía. A mãe da mocinha que havia abortado chamou o médico, que me disse que eu estava com quase tudo dilatado, e com uma agulha (tipo de crochê) estourou a bolsa. Na seqüência fui levada a sala do parto e chamaram este medico para um atendimento de emergência na recepção do hospital. Fiquei lá com uma dor terrível, mas não berrei, tamanho era o medo de eles destratar tanto a mim como a bebe, como vi muitos médicos destratar outras gestantes. Apareceu a Dra. Bela (aquela dos primeiros post que falaram que ela era uma ótima medica e que meu esposo até brincou ao dizer que a nossa Isabella ia nascer pelas mãos da Dra. Bela.  Coincidências da vida ou não, ela estava lá, e por algum motivo veio em minha direção, e mandou eu fazer força...Força? Eu não tinha onde tirar força, pela primeira vez em três semanas eu estava sentada, sem comer a muitas horas, e pra ajudar comecei a vomitar o que eu não tinha no estomago, um liquido amarelo estranho. “Faz força que quando a cabeça coroar eu faço o resto” “Força”...Fiz tanta força e a dor era tanta que comecei sem perceber a morder meu braço e precisou a enfermeira ficar bem pertinho de mim e como quem se importa falou: “pare de se morder sua família vai achar que fomos nós que a machucou”...Eu não queria gritar, não conseguia chorar, e foi nestes picos de força entre as 1:00 am até as 3:00 am onde senti algo saindo pela vagina, perguntei a médica o que era, ela só disse: “Não coloque a mão,  é o cordão umbilical. Faça força”...Não demorou muito eu comecei a sentir tontura, toda a sala estava girando, e girando e eu vomitando, ela chamou a enfermeira, me aplicou uma injeção, e após a tontura ter estabilizado ela me diz: “sente o bebe mexer?” “Não” respondi. Ela simplesmente me disse que a ocitocina iria “expulsar” o feto, pois a bebe havia falecido. E saiu da sala arrastando os pés no chão...

Perdi o raciocínio nesta hora não sei te dizer muito bem onde estava, mas por alguns minutos eu não estava em mim...Só lembro que as enfermeiras me jogaram numa maca ao lado, e enquanto eu suplicava ao medico pela ajuda dele, pois a dor era gigante já que continuei na ocitocina e a bebe tinha encaixado e ficado entre o canal vaginal, de tal forma doía que eu não conseguia encostar o bumbum na maca, mas este medico (que eu supostamente achei que fosse mais humano), apenas me disse que a ocitocina iria ajudar a “eliminar o feto”..Eliminar...Lembro de uma raiva fluir em mim ao ouvir essas palavras dele. Era da minha filha, tão sonhada, tão amada, tão feita de amor, que ele estava falando, e não de algo qualquer...Tive uma mega suadeira, o vomito era o que mais tinha por toda a roupa, frio já era o de menos naquela altura do campeonato, e um choro preso, um medo encoberto, uma ilusão de que minha filha sairia viva...Pensei que Deus agiria, pedi isso insistentemente: MEU DEUS A HORA É AGORA...DEUS FAÇA ALGUMA COISA...DEUS TUA PALAVRA DESDE QUE EU ENTREI NESTE HOSPITAL ME DISSE QUE SE VOCÊ  AGISSE QUEM IMPEDIRIA? AGE AGORA, SENHOR...AGE AGORA MEU DEUS...DEUSSS....

As horas iam passando, e eu conversando com a bebe, pois na minha cabeça minha bebe estava viva...Como aquela medica poderia dizer com tanta convicção de que minha filha havia falecido? Ela estaria viva, sim! Eu não podia acreditar que ela havia falecido, de modo que minha esperança não me deixava pensar diferente. Então, continuei a conversar com a Isabella, e dizer que eu estava com medo, por mim, por ela, mas que tudo daria certo, ela estaria bem. Meu corpo já estava mole, e estava agoniada com aquele cordão umbilical pra fora da vagina o que me fez segurar o xixi tamanho era a dor e aflição que se prolongava já as 7:00 am, até que a Dra Francine –sim, aquela Francine. Veio me ver: “ Você ainda esta aqui? Esta vendo: se tivesse feito a indução desde a primeira semana que entrou aqui no hospital não taria nessa situação” e teve ainda a coragem de dizer: “Precisava ter sofrido tanto? Deixa eu ver como esta isso ai...Vou fazer o toque, quando eu te avisar quero que você faça força...Faz força...Mais uma vez...” “Dr. Ela não vai conseguir eliminar essa bebe sozinha, a bebe esta transversal, a gente precisava retirar a bebe de dentro dela pois ela esta no canal vaginal, e a infecção pode agravar.” “Vai demorar muito e temos outros atendimentos” Disse o cretino do medico como se eu não estivesse ali pra ouvir. “Mas vamos fazer agora, pode pedir pra preparar a sala de cirurgia, essa menina não vai dar conta sozinha, eu mesma faço e você me auxilia”.... Então ela veio até o lugar onde eu estava e disse “Eu vou ajudar você, mas se tivesse me ouvido você não estaria passando ainda por isso.” Outra cretina...Raiva maior me dava ter de precisar dela naquele momento, e ser ela a única a tentar ajudar de alguma forma.



Me ajudar era mais que a obrigação dela, e eu não iria induzir por livre vontade meu parto pra que minha filha morresse logo, pra que eu não sofresse?! Nossa que fácil! Simples assim para estes “tipos de médicos” sem coração.  Como aquela medica sem coração me fala uma coisa dessas numa hora dessas? Meu Deus, parecia uma armação, nenhum dos médicos que me apoiaram no repouso estavam ali.  Se existiu uma possibilidade  da minha Isabellinha sobreviver eu estava ali agarrada nesta possibilidade! Porque pra vida e pra morte a palavra final é de Deus! E só para constar nos altos: não me arrependi de ter lutado pela vida da minha filha! Mesmo com medo, com dores, com toda a falta de apoio de ALGUNS médicos, eu lutei, porque amo minha filha, porque a queria mais que tudo nessa vida, e por que ela também é um SER HUMANO, filha de Deus, tendo o mesmo direito a vida que tenho.



As 10:30 da manhã fui levada a sala de cirurgia, tomei a anestesia raqui peridural, eu fui tão mole e tão medrosa que disse ao Dr. “Dr. Acho que vou vomitar, posso?” ai que ódio de mim! Devia ter vomitado em cima dele só pelo desaforo dele dizer que não podia perder tempo me ajudando com a bebe, e eu ainda toda educadinha com ele...O Rapaz que me deu a anestesia ia sendo mega grosseiro comigo pois eu me tremia muito, logo a Dra Francine disse a ele que era minha primeira gestação, que não era pra falar comigo daquele jeito. Humm...em algum momento eu vi um coração naquela mulher... vomitei e não vi muita coisa tamanha era a tontura, só ouvi algumas conversas entre a Dra e o Dr...Eles tiraram a bebe com um aparelho, mas antes a Dra colocou as mãos dentro do canal, juntou o corpo da bebe daí tirou e fez a curetagem. “Mostre a ela a bebe dela” a Dra falou a enfermeira...Eu não estava raciocinando tanto, mas quando olhei pra Isabella pensei comigo: Meu Deus, era verdade, existiu um ser dentro de mim, em seguida olhei pra face miudinha e perfeita da Bellinha  e lembrei de todas as minhas petições a Deus “Deus, será que o Sr. poderia dar a Isabella os olhinhos e nariz do papai dela? É Deus porque meu nariz é muito feinho, você sabe. E Pode ser a minha boca, porque a do Rafa é um pouco grande e chamaria muito a atenção dos rapazes.” Já pensou isso? Tanta coisa pra pensar e eu pensei isso...Ela era a copia do papaizinho dela, igual em tudo no Rafael exceto uma coisa: Tinha o meu narizinho. Esse meu Deus, hein....rsrs...Eu também tenho cada idéia...rs...Na seqüência olhei as perninhas dela e pensei como uma criança “Uau..essas sãos as perninhas perfeitas que ficavam sambando na minha barriga...”Ela era linda, grandinha, perfeita, tinha uns cabelinhos, uma certa bochechinha, mas com a falta de oxigênio quando eu a vi ela estava um pouco roxinha. A enfermeira tirou a bebe e a médica pediu para ela me mostrar a “pererequinha da bebe, rsrs” pra ver que realmente era uma menininha. E seguiu me dizendo: “ Sua filha nasceu grande, com quase meio centímetro, e 752 gramas, com este peso ela tinha uma boa estimativa de viver, mas agora que ela faleceu será preciso fazer enterro, por conta do peso, seu marido esta ai? Vamos ter de avisá-lo.” Eu ainda estava zureta, processando cada fala, logo não respondi nada, ao sair da sala de cirurgia a médica me falou “Espera passar seis meses e tente engravidar de novo, mas faça a cerclagem, aqui no hospital você será atendida como paciente de alto risco, e fará acompanhamento aqui mesmo” e o outro médico repetiu quase que as mesmas coisas. A enfermeira apertou minha mão dizendo que eu fui muito forte (só Deus sabe o quanto eu estava sofrendo, com medo...) e que agora ela iria me levar pra descansar no lado do pré parto (já que eu não tinha minha bebe) e lá as lagrimas escorriam silenciosamente em minha face, a dor era  forte demais pra caber em um só coração... Minha filha, meu amor, sonho mais lindo do meu coração, aquela que eu tanto amo e que infelizmente partiu deixando um vazio grande dentro de mim...Um pedaço de mim partiu com ela...quanta saudade!

                                   Ah! Se Deus me ouvisse e mandasse pra mim
                                   Aquela que eu amo e um dia partiu
                                   Deixando a tristeza junto de mim
                                   Ah! Voltaria pra mim toda a felicidade
                                   Sairia do peito a dor da saudade
                                   Renascia uma vida a caminho do fim
                                  Ah! Eu lhe peço senhor
                                  Ah! Traz de volta este amor
                                  Senhor está perto o meu fim
                                  Eu lhe peço meu Deus
                                  Tenha pena de mim.

Musica: Se Deus me Ouvisse - Chitãozinho, Xororo, Sandy e Junior