sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Giovanna, você chegou...Anjo inocente que nasceu de Deus pra mim

Era o crepúsculo, por volta das dezoito horas quando adentrei o centro obstétrico.
O calor pulsava, ao passo que meu corpo estremecia. Neste momento, um mundo novo se desdobrava diante de nós.
Médicos, enfermeiras, anestesista, instrumentista, pediatra, pediatra neonatologista. Um time de mãos habilidosas reunido para testemunhar e socorrer tua chegada, pequenina e frágil, mas já grandiosa em sua própria jornada. Observo sorriso em minha direção, esperançosos, cada um desempenhando um papel vital nesse cenário que se desenha para os cuidados comigo, e principalmente, de ti, minha preciosa bambina.
Fecho os meus olhos, permitindo que lagrimas trilhem um caminho sobre minha face. Palavras foge-me ao tentar me comunicar com Deus, mas sinto que Ele compreende cada lágrima, traduzindo-as em preces silenciosas. Sinto o calor das mãos que pousam sobre as minha mão que estavam bem junto ao meu coração em forma de prece, Ele se dirige a mim, rompendo meu silencio barulhento: "Faremos o melhor. Por você e pela sua menininha" - disse o médico.
Sinto o medo se dissolver um estranho e esperado balsamo curador, em meio a tanta incerteza dos riscos da prematura extrema. 

Ja maca do centro obstétrica, a jornada se inicia, morfina corre em minhas veias, e no coração a certeza de que o nosso bom Jesus conquistou para nós o milagre. O medo não pode mais roubar a esperança, estou aqui, inteiramente dependente da graça e da providencia dos céus. 

O médico que faria o parto podenra e, com zelo, não arriscar um parto cesariano, já que a Gi estava no canal cervical e tentar puxa-la para sair via abdome poderia machucar comprometer seu corpo coberto apenas de lanuge.
Outra coisa preocupa, a Cerclagem. Os pontos deveriam ter estourado quando a bebê desceu, e  deveria ter  lesionado o colo uterino. Mas isso seria examinado após o parto. 
Não foi permitido que o Rafa participasse do parto em sí, por conta do risco, já que ela é prematura extrema.
Quando a anestesia fez efeito, o Dr fez o toque, a bolsa estourou, eu já estava com 10 dedos de dilatação, tudo ocorreu muito rápido desde que o Dr Gustavo me examinou. Em seguida é feito o corte que foi um pouco  maior pra que a Gi saísse com facilidade sem que não machucasse nenhuma parte do seu corpinho. O Dr. pede que quando ele avisasse eu fizesse força, seguro no ferro, faço força uma vez, a anestesista me ajuda, na segunda força ela empurra minha barriga, e mais uma vez força e ela empurra minha barriga e em seguida o som que sequer imaginei poder ouvir...
"Dr. Ela chorou?"
"Sim, o que você ouviu foi um choro baixinho, mas foi a sua filha. Parabéns"
Só neste momento chorei com lágrimas desenfreadas. Ergui a cabeça pra tentar vê-la, vi apenas o vermelhidão e ainda pensei: "Meu Deus como é pequenina".
A equipe a levou correndo para coloca-la na incubadora com oxigenação, e enquanto o Dr. concluía o parto, na sequência eles a trouxeram na incubadora pra que eu pudesse ver. Achei lindo o gesto deles de vir a mim em fileira festejando a vinda da Gi, entraram com sorriso no rosto me dando "Parabéns mamãe". Essa "festinha" me ajudou, eu estava tão temerosa pela vida da Gí. "Qual será o nome?" "Giovanna". "Olha o rostinho miudinho da Gi mamãe", Chorei...Eram tantos sentimentos no coração, de alegria, insegurança, medo, emoção que só as lágrimas poderia representa-los em forma de palavras.

Ah...como é bom relembrar e sentir a doce paz e o amor que suave e intenso selou nossas vidas...Minha bambina, você chegou em 06 de Agosto de 2013 às 18:33, pesando 950 gramas, com 35 cm, quando a mamãe estava para entrar no 6° mês de gestação. O seu primeiro chorinho foi de 2 segundos, o suficiente pra fazer arrebatar meu coração com muito amor para sí, amor além do que eu achei que coubesse em mim. Seu choro me trouxe tanta paz...Mesmo sendo um choro tão baixinho e curtinho, invadiu minha alma fazendo sorrir o coração.
Bambina minha, forte e guerreira. Sonho tão distante se tornando realidade. Recompensa de quem alcançou pela força e coragem o melhor presente da vida.


Poucos minutos depois que a levaram o Rafa entra na sala, contou que as pediatras apresentou a Gi pra eles na incubadora brevemente. Ele estava sobretudo, feliz! Segurava minha mão, enquanto eu via aquele sangue todo na mão do médico, naqueles tecidos azuis...Era a hora de achar a cerclagem. Eu não sentia dor, mas sentia ele mexendo em tudo dentro de mim, só nessa hora me senti desconfortável. E depois de algum tempo a cerclagem foi achada. Como Deus foi bom. A cerclagem não estourou, ela soltou, ficando presa só de um lado do colo. Melhor assim. O Dr. fez a sutura (levei 6 pontos). Toda a equipe foi se despedindo dando parabéns, e em seguida a enfermeira junto com o Rafa me levou até o pós parto para recuperação e eu apaguei de sono por alguns minutos.
Tratei de começar a mexer as pernas logo,me esforcei o máximo que pude pra voltar pro quarto o quanto antes e saber da minha bambina. Lá, foram colhido amostras de sangue para tipagem sanguínea e por volta das 22:00 me levaram para o quarto.
O Rafa já tinha ido vê-la na UTI Neonatal de risco, no 1° andar. Eu ainda estava na semi intensiva 5° andar. A vontade que eu tinha era de pular da cama e correr até o 1°. Vejo meu celular cheio de ligações, msgs...O Rafa foi na pizzaria ( e eu louca pra abocanhar um pedaço de pizza, cheguei até a perguntar para a enfermeira se podia), e a resposta é obvia que não...
Fui informada de que só as 5:00 am quando o efeito da anestesia tivesse saído por completo é que eu poderia tomar banho. Este banho seria acompanhado por uma técnica. Até lá, só o uso de cumadre era liberado.
Tudo bem. O que me importava era saber que minha bambina estava bem.
Ainda tive cabeça para responder o email de uma pessoa da empresa, solicitando ajuda...Ja era 00:30 am e fiquei tentando via celular, e depois pelo note, até que consegui responder, e assim tentar dormir.
Mas depois que fui informada de que as 9:00 do dia seguinte eu poderia ve-la, mal pude dormir, sentia-me como naquele poema do pequeno príncipe:

"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... "

15 comentários:

  1. amiga que relato lindo
    quando a Gi tiver maior e vim ler todo esse amor
    ela vai ter a dimensão do amor de vocês

    linda tarde bjs

    http://sermamaepelasegundavez.blogspot.com.br/

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  2. Nossa sempre emocionante.... Torço muito por vocês!!!

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  3. Lindo....Que Deus sempre abençoe vcs....

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  4. Lindo.... Deus proteja vcs essa vitória é de vcss!

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  5. MAS QUE EMOCIONANTE E LINDO!!QUANTO AMOR, NOS EMOCIONA VCS SÃO UMAS GUERREIRAS.SEMPRE EM ORAÇÃO

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  6. Sem palavras o carinho que toda equipe, todo o cuidado que tiveram com vcs duas nao tem explicação.
    Parabens mamae guerreira... bjoo
    http://jessicaegregory.blogspot.com.br/

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  7. Deus abençoe vcs amada amiga...que lindo ...to emocionada....bjinhos linda.

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  8. Aiii que emoção. Lindaaa historia,to doida pra conhecer sua guerreira. Beijos,bom final de semana.

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  9. ☻ /
    /▌ Somos mais que vencedoras em Cristo Jesus!!
    / \

    Mulher virtuosa quem a achará?
    O seu valor muito excede ao de rubis.
    Provérbios 31:10"

    bjinhos Deus abençõe seus sonhos!!

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  10. choros de emoção... pausa pra mais choros
    agora mais tranquila já posso te dizer que seus relatos deveriam se tornar livro, um livro pra ajudar mulheres com ICC
    pense nisso pra um futuro e por enquanto, continue nos dando notícias e contando como a Gi e vcs estão. Hje mãos uma vez coloquei vcs nas intenções da missa.
    vc mora no meu coração
    bjos

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  11. Linda história!!! Emocionante!!! Parabéns pela garra!!!

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  12. que lindo querida!! quanta emoção! saudades d vc!
    bjs

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Beijos com asas,
Ely