Mãe de UTI: De Mulher à Mãe no Leito de UTI

14 de Agosto de 2013

Assim que chegamos na UTI para ver a bambina eu soube que a pediatra da Gi do plantão da tarde agora trocou da Dra Silvana para a Dra Tiemi Kikuty. Eu gostei da Dra. Sil, mas ela mudou de "filhos" - é assim que os chamam aqui, porque por enquanto são mais deles do que nossos filhos.
Dra Tiemi passou em visita, se apresentou e falou do estado da Gi que, embora de risco pela prematuridade extrema, esta estável, graças a Deus, e que a meta continuava a mesma, pra que a Gi aprendesse aos poucos a respirar sem ajuda de aparelhos, ganhar peso, e vencer as inúmeras intercorrências que se apresentasse no transcorrer desse caminho.
Enquanto estávamos ali eu, ela o Rafa conversando com toques olhares, trocando carinho e amor, notei que a Gi esta diferente. A bambina é um farelinho, magrinha, hoje pesa 830 gramas, estava recebendo nutrição parenteral + 6 ml de leitinho via SOG, mas mesmo sendo ela um farelinho de biscoito, sempre esteve ativa. Não sou médica, por isso posso ter notado errado, e também não posso dizer se é pelo fato dela estar entubada + picc + sog + oxímetro, esteve na fototerapia com os olhinhos tampados...Enfim, mesmo com todos esses aparatos inseridos  em seu corpinho a Gigi sempre se mexeu muito, chuta constantemente a cabaninha que ajuda a manter a temperatura do corpinho dela (além do aquecimento automático ajustado na encubadora), meche pés, levanta e estica os braços...Mas hoje esta consideravelmente quieta.
Como escrevi, não sou médica...Mas não achei que ela estava apenas quietinha, o que me levou a fazer esta observação à Dra Tiemi que me tranquilizou informando que ela estava bem, não apresentava febre ou outro indicador que levasse a pensar que alguma coisa esta errado.
Ufa, menos mal. Ela sabe do que esta falando...Espero.

Afastamento Médico e Férias Esposo
A Gi nasceu dia 06 de Agosto, tendo o Rafa direito a Licença Maternidade de 06 à 10 de Agosto, mas era impossível o seu retorno tendo em vista dois fatores:
 * Repouso Absoluto - Embora eu tive acompanhamento 2 vezes ao dia de Fisio, não era nada muito forçado, e após o parto sentia fraqueza nas pernas e sensação de desmaio com certa frequência. Até recuperar a musculatura o Dr. Baruki pediu que eu marcasse acompanhamento com uma Fisio 20 dias após o parto, até lá eu não estou em condições de andar sozinha, mesmo que dentro do hospital.
  * Resguardo de 40 dias -  Eu simplesmente não sei de que jeito faria repouso e também nem paro pra pensar a respeito. Como poderia ficar de repouso com a minha menina no hospital?! Não posso e nem quero. Hoje já faz 9 dias de vida da Gi, e eu ainda estou com dor nos pontos, sangramento moderado, e só pra ajudar dois dos pontos inflamaram. Mas já era esperado, eu não paro num lugar. Oras estou na UTI, oras estou no lactário, num sob e desce o dia todo. E embora eu esteja escrevendo sobre isso, eu não me importo com esse tal de resguardo, não quando a saúde da Gi é o mais importante e urgente a se pensar e lutar. É verdade que tenho andado como uma pata, e quando é hora de voltar pra casa tenho que vir com o assento todo inclinado, sentando de lado, torcendo pra não passar em uma lombada mais abusada, tudo pra não acentuar ainda mais a dor...Mas melhor a dor no meu corpo, e saber que a Gi esta lutando e indo bem, do que o contrário. Nos primeiros dias reclamei mais da dor e acho normal, já que não sou de ferro.

Com tudo isso não tinha condições de o Rafa voltar a trabalhar, me levar no hospital e depois seguir para a empresa, logo apos passar aqui para a visita das 15horas, depois faculdade e só as 23:30 voltar aqui e me pegar pra chegarmos em casa as meia-noite e pouco. É tudo novo ainda, precisamos nos adaptar até o momento em que eu puder ir de metro/trem, sem tanta dor e conseguindo andar com as pernas fortalecidas, por isso o  Dr. Baruki fez uma declaração informando que eu estive internada por 28 dias de repouso absoluto com patologia obstétrica, evoluindo em TPP e que a nossa baby Gi esta internada na UTI de risco devido prematuridade, sem previsão de alta e que eu necessito visitar minha RN diariamente e que para tanto preciso ser acompanhada pelo Rafael, concedendo assim, um afastamento de 10 dias a ele.
E quando o afastamento terminar o Rafa vai pegar as férias, assim será melhor para ambos até nos adequarmos aos horários e rotinas, além de eu estar bem fisicamente pra me locomover sozinha, e obviamente fará bem para a Gi que passará um tempinho a mais com o papito dela, uma vez que a visita e acompanhamento dos pais para a evolução da criança é de suma importância.

E Olha a nossa menina. É notório que ela ainda deveria estar na barriga, mas é a fase a qual deveremos passar. Algumas vezes o Rafa brinca dizendo que ela parece com o Smigoo do Senhor dos Anéis. rs (é só brincadeira pra descontrair filha)...A Mamãe a acha linda de toda forma. Ela é minha: minha vida, meu amor, meu milagre. E a cada dia que passar ficará forte, gordinha, saudável,linda e perfeita pra vir para casa conosco.

"Se você quer seu sonho realizado, não tenha pressa, vá devagar. Dia-a-dia, pedra sobre pedra, construa seu segredo devagar, dia-a-dia você também crescera e conhecerá a glória celeste. (São Francisco de Assis)"

Querida bambina, vamos caminhar sem pressa, dia-a-dia, com passinhos do tamanho de seus pés, construindo nosso segredo devagar, com riqueza de detalhes e selo eterno de amor e milagres!Por que Aquele que nos prometeu uma para a outra fará tudo na hora certa, nunca atrasado ou adiantado.
Até lá, será o nosso amor a força motivadora e capaz de tudo transpor, de tudo vencer, amor que tem muito pra se viver!!!

"...O tempo todo eu acreditei que te encontraria

O tempo trouxe o seu coração ao meu

Eu te amei por mil anos

Eu te amarei por mais mil..."

Eu esperarei o tempo que for preciso, mas você ficará bem!!!Deus trouxe o seu coração ao meu, eu que tenho esperado esse tempo todo por você, te amei e esperei por ti mesmo antes de te conceber e saberei esperar até o momento exato em que sairemos deste hospital pra vivermos todos juntos todo amor que guardamos intimamente em nossos corações especialmente pra você!!!
Te amamos minha Gi, dádiva de Deus.

15 de Agosto de 2013

Hoje assim que cheguei vi a enfermeira e técnica paramentadas segurando a Gi, com panos azuis forrados ao redor da encubadora enquanto umas das meninas encurvava a Gi...Estavam colhendo o licor da espinha dela, com isso fui impedida de ter acesso a sala de UTI, observando pelo vidro do lado de fora com uma angustia invadindo o peito, um receio, sem entender o que estava acontecendo. A Dra Tiemi explicando o procedimento que estava sendo feito nos disse que após eu ter dito ontem que achei a Gi muito quietinha, ela apresentou febre. "Bem que você falou, colhemos amostra de sangue e cultura da secreção e já entramos com o antibiótico. Porém, o motivo de estar colhendo o licor da espinha é que há suspeita de meningite. E caso seja, acho importante vocês saberem dos riscos, uma meningite num bebê tão prematuro e de baixo peso que não tem imunidade nenhum seria um agravante difícil de ser revertido pela fragilidade da vida da bebê."
Dali em diante não ouvi mais nada. A sensação é de que por um instante o coração parou de bater, a boca secou, faltou ar...Enquanto a Dra Ti advertia o Rafa para não entrar na UTI pelos próximos 10 dias devido a um resfriado que ele contraiu (o que a principio ele se chateou pois não poderia ver a Gi nesse período, mas compreendeu, já que era para o bem e proteção da Gi e demais bebês da sala) eu rebatia em meu coração qualquer suspeita que colocaria ainda mais a vida da Gi em risco com a promessa que foi feita que Deus iria renovar a minha alegria e essa alegria é a nossa bambina, por isso nenhum mal ia acomete-la.
Embora eu me agarrei nesse pensamento, voltei pra casa com o Rafa chorando copiosamente durante todo o trajeto de quase três horas de trânsito que pegamos. Cheguei a pedir a Deus que me levasse a minha filha,por que eu sim tenho todos os pecados desse mundo, e analisei minha vida e os últimos acontecimentos e seria mais justo Rafa cuidar da Gi. Se quer sentia vontade de conversar com o Rafa. E quando rompi com o silêncio eu disse ao Rafa tudo o que estive pensando no caminho, que eu não seria capaz de suportar mais uma perca, preferia que Deus me levasse e a deixasse com o Rafa e o conhecendo sei que será um pai maravilhoso. Como pedi a Deus que me levasse no lugar dela, mas não permitisse que ela partisse.
O Rafa também pensou o mesmo e do mesmo jeito. Era o desespero de nossos corações diante de Deus pra que a vida da nossa menina fosse preservada. Juntos choramos dentro do carro numa avenida congestionada, enquanto víamos a vida em movimento totalmente alheio a nossa dor.
A imagem da enfermeira colhendo o licor da espinha da Gi não saia da minha mente, enquanto eu olhando de longe sentia uma dor no coração bem como toda impotência em não poder ajuda-la a não precisar passar por isso.
Quando conversei com Deus, não sei porque, pairava no coração um sentimento forte de que eu não preciso compreender, basta abrir o coração e acreditar que Deus é maior que qualquer intercorrência, que qualquer medo.
E é isso que decidir fazer. Pensar pouco e confiar mais em Deus e nos médicos.
Confiar.

<< Leia: Intensifiquem as orações pela nossa princesinha Giovanna - Por Rejane, escrito aqui no blog quando do ocorrido. >>

17 de Agosto de 2013 

Meu Deus!!Como agradecer-te?!Não é meningite. Coração grato a Deus!!!!
Porém ela pegou uma bactéria hospitalar que se alojou no PICC que foi colocado no bracinho, ainda bem que a médica já esta dando antibióticos pra Gi desde que os exames vieram muito alterado, como PCR, hemograma, assim, já tem sido combatido essa bactéria. O hospital tem o maior cuidado com a higiene hospitalar, mas estando numa UTI fica difícil não ocorrer essas coisas,por maior que seja o cuidado com higiene e contato.


<< Leia: Solidariedade: Ajude Minha Bambina - Doe Sangue - escrito aqui no blog quando do ocorrido. >>

22 de Agosto de 2013

Hoje a Gi esta bem melhor, tem se mexido bastante, voltando a ser o bebê ativo que é...
Tenho passado bastante tempo conversando com as meninas na sala das mães de UTI, falamos sobre qualquer coisa, rimos, nos emocionamos com a história uma das outras...Conversamos sobre tantas coisas ao mesmo tempo que quando vejo a hora já passou...
São tantas as histórias dividas no lactário de mães de UTI que chego a pensar que este lugar é um dos prediletos para os milagres de Deus.
Dias como esse me faz ficar extasiada com a riqueza de detalhes com a qual Deus cuida especialmente de cada criatura Sua.

Deus, obrigada por me permitir vivenciar isso, mesmo sendo tão difícil. Porque, numa situação como essa não há quem permaneça o mesmo, não há como não agradecer cada segundo de vida, pelo ar que respiramos, pelos nosso bebês, enfim, por tudo o que nos faz viver e presenciar, obrigada Senhor!

28 de Agosto de 2013

Só de avista-la de longe já percebi que havia algo diferente na minha pequena princesa, ao me aproximar da incubadora avisto aqueles cabelos negros pelo qual me encantei desde o instante em que o vi, só que hoje estava diferente, todo arrepiadinho #gamei.

“Mas quem foi sua cabelereira hoje filha? Que esse penteado todo arrepiado a mamãe não conhecia...” Ela se mexeu, respondendo que reconhece que eu estou aqui do lado dela, lugar que sempre estarei. Estava linda, mamando pela sonda gástrica, e com uma das pernas pro lado de fora de um jeito todo de dengo, a enfermeira até me falou: "Olha mãe ela mesma se aninha dessa forma ai dentro, a gente coloca de um jeito, ela deixa as perninhas jogadas, a mãozinha cobrindo o rosto...toda cheia de vontades essa Gi” Puxou a mãe – pensei...

De tão dengosa que estava a mãe babona foi buscar na bolsa a câmera pra registrar minha menina, num soninho tão gostoso, espalhadinha na incubadora e de pernas esparramada.

Tão pequena que chega a ser quase do tamanho da mão da mamãe...

Em um dado momento ela pousou a mãozinha sobre o rosto o cobrindo como quem dissesse: "ai apaga essa luz, me deixa ficar quietinha..."rs

Ah minha pequena, se soubesse a vontade que a mamãe fica de te por no colo, te nutrir em meu seio, te embalar com todo o meu amor e cantar pra te fazer ninar....Mas eu sou paciente, saberei esperar nosso momento que  a cada dia fica mais próximo de acontecer...22 dias de vida, menos 22 dias de UTI.
Cada dia uma vitória e menos um dia de UTI.

E todo dia quando a vejo, quando a toco, sinto uma gratidão tão profunda a Deus que a única coisa que consigo pensar como forma de agradecimento é: Meu Deus, o que posso te dar por tanta benção? O que darei ao Senhor?

E assim seguro a mãozinha da Gi – e ela o meu dedinho – e juntas oramos a Deus em agradecimento pela oportunidade de viver, lutar e vencer.

Dra. Fabiana entrou na sala me avisando que já estaria retornando para a orientação. Quando retorna me conta aquilo que meus olhinhos já haviam percebido, a Gi esta fazendo bochechinha chegando hoje a 1.105 kg, vibrei, babei, me orgulhei...E é assim por cada grama que ela ganha, UMA FESTA! A Dra informou que o exame que ela realizou ontem – Ecocardiograma estava com seus parâmetros dentro do normal, no exame de sangue graças a Deus não houve apontamento para infecção mas a Gi continuara o uso do antibiótico para concluir o tratamento, porém (Porque cargas d’água precisou existir o 'porém', hein?!) ela esta com anemia, precisando receber nova bolsa de sangue. A Dra não quer transfundir agora, prefere esperar uns dias antes de tentarem novamente extuba-la para promove-la ao cpap novamente, mas caso seja necessário a transfusão antes eles farão e me comunicam.

Discuti com ela sobre a possibilidade de estar cedo para tentar extuba-la (ainda estou sob efeito da tentativa da ultima semana).

"Quem é a pediatra neonatologia do hospital Eliane, eu ou você?" Ela pode ter pensado isso.

Mas muito educada e esclarecedora me explicou que se em partes isso tem sido bom e necessário pra minha bambina respirar melhor até aqui, se mantermos isso a médio-longo prazo pode ser prejudicial por inúmeros motivos. Então as tentativas são para ajuda-la a desmamar do tubo para o cpap, depois só no cateter, até que consiga respirar sem a ajuda de quaisquer aparelho.

Alem de coruja, percebo que sou uma mãe curiosa, questionadora de tudo, dos procedimentos, da medicação, do que poderia ser ou não melhor para ela no momento. Juro que me surpreendo,  tenho pavor hospitalar por razões bem obvias para os que me conhecem, mas com minha menina é diferente, sinto que não posso apenas ouvir o que a medica tem a dizer e aceitar tudo como uma verdade absoluta. Também não vou questionar e opinar nas condutas adotadas sendo que a área da saúde não é nem de longe minha praia. Mas chegar, ler o prontuário da baby Gi,  me posicionar como ela passou as ultimas horas, se há exames para ser colhido, a pratica de higienização do local, da incubadora, da Gi, ah eu leio tudinho...E quando a medica esquece de mencionar sobre algum exame em andamento, ou que teve queda de saturação, que ela fez apneia, que ainda continua com a anemia, eu já a questiono porque tenho lido...é dificil também para um medico lembrar de seus pacientes com detalhes, então sem problemas, gosto de dar essa ajudinha e me sinto mais participante nas condutas adotadas e tratamento da minha bambina.

29 de Agosto de 2013
Por um momento sai do meu universo atual  e quando eu voltei...

Hora de visitar a Gi.

Ah...aqueles olhinhos penetraram minha alma fazendo brotar em instantes no meu rosto as lágrimas que só notei quando vi os pingos na encubadora. A enfermeira se aproximou, me olhou, e eu tratei em dar um jeito pra disfarçar...Elas costumam me ver sorrindo, conversando e cantando pra Gi.

Sentei e tentei me concentrar em ler o prontuário do dia da minha bambina, por um segundo deu certo.

O alarme do monitor não parava de apitar. 

Ela nunca ficou assim num tempo tão cumprido - não enquanto eu estou ao lado dela. A enfermeira pede o prontuário para anotar a oscilação da respiração atual da Gi.

Ela respira por entubação, com sensores medindo a todo instante os batimentos cardíacos e saturação da minha bambina, meu ser. Oras esta dentro do normal (São os benditos 90% a 95%), horas queda de saturação, mas por cerca de uma hora e meia o sensor mostrou total oscilação, nunca fiquei tão tensa por ver os números 89, 88, 87, 67, 52...

Levanto os olhos para a encubadora e a vejo com os olhos abertos, olhando em minha direção.

Não precisou de palavras, quando olhei dentro daqueles olhinhos inocentes entendi o recado de Deus:

"Um filho é mais imperativo do que a própria vida, sonhos, desejos...do que qualquer paixão. Minha filha é a vontade de Deus e Seu recado. É a divisão entre o tempo que se foi ao atual momento  me levando a viver exclusivamente o presente da melhor maneira possível, porque dele depende um futuro que não é só meu, mas dos que estão ao meu redor...Minha filha é a ajuda de Deus para que eu dê um novo sentido à minha vida."

O monitor continua a apitar deixando a sala num barulho continuo, ao passo em que dentro de mim tudo começou a fazer barulho.

"Gi, você precisa respirar, será que vamos ter de aumentar os parâmetros da sua oxigenação?" Disse a técnica de enfermagem.

"Não aumente, espere um pouco, ela se mexeu, esta assim porque ela se mexeu." Tento defende-la, afinal a culpa não é dela. (Dentro de mim grita uma voz - 'É da mãe')...

Fui da força a fragilidade num instante de um jeito que cheguei a achar que ia desmoronar. De novo vieram as lágrimas, já não deu pra suportar. Pensei em sair da sala, mas não ia aguentar sair dali sem que antes tivesse certeza que tudo ficaria bem. Engulo o choro. Até que chegou a hora de se retirar...do lado de fora pelo vidro fico observando a saturação oscilando...meu coração fica angustiado com receio de que tanta oscilação vire uma apneia. Vontade de ir embora é tudo que não tenho, mas as regras são claras e eu tinha que ir. Chego a pensar que é desumano não nos permitir ficar do lado dela, quando ela mais precisa que estejamos ali.
Marido para na porta do hospital, saio correndo em direção ao carro...Ele sem nada entender e me vendo chorar me da um abraço."Quer orar comigo aqui? Segure a minha mão"...Eu nada disse em palavras..Acho que Deus compreendeu cada lágrima. Nesse momento lembrei do trecho de uma canção que ouvi esses dias que diz: "E quanto mais eu te quero é quanto mais eu necessito. Ouvir tua doce voz dizendo 'Eu estou aqui."
Eu tinha que ir embora, mas antes que eu fosse precisava sentir no coração a certeza de que Deus ficou com ela.
"Diga que esta aqui com ela Senhor e eu voltarei para casa em paz."
Ele tem cuidado dela! E não me deixaria voltar pra casa sem ter essa certeza.