"Ela nasceu." Pensava enquanto processava toda a história na minha mente, porque tudo foi tão rápido que sequer tive tempo pra raciocinar. Passei a noite inteira num sono leve, esperando pela hora do banho das 5:00am, idealizando o quão próximo estaria das 9:00, para que assim, eu pudesse repousar meu olhar sobre minha bambina Gí bem de pertinho. Antes das 5:00 já estava acordada. A enfermeira dá duas batidas de leve na porta, acende uma das luzes e me conduz até o banheiro. Achei impressionante o fato de o Rafa não ter acordado com o barulho, luz acessa... Cheguei até a pensar: "Isso porque quem esteve em trabalho de parto a poucas horas atras foi eu, imagine se fosse ele?!" kkkk (Tadinho, ele trabalhou naquela dia, assim como no dia anterior - demos um desconto para a kiança...). Banho rápido, observação de sangramento que estava moderado, ministração de medicação prescrita e logo após volto a dormir...Acordo novamente, pego o celular que marca a proximidade das 9:00 horas. Acordo o namorido. Pouco depois de ter acordado e se arrumado ele volta com a cadeira de rodas pra me levar onde minha 'vida' esta sendo cuidada. Nos instantes que seguiam até a chegada na UTI, eu era pura ansiedade. Cheguei a sorrir de nervosismo, porque a ví de tão longe que não sabia exatamente o que esperar a partir dali. Sobretudo estava feliz - embora não impediu de me sentir insegura, apreensiva, ansiosa e cheia de dúvidas... - mas feliz!
Namorido aperta a campainha e apesar de estar me sentindo dolorida nos pontos, levantei como quem parece estar cheia de disposição. Antes de entrar na sala em que ela estava uma enfermeira nos passa as primeiras orientações: Não é permitido o uso de anéis, pulseiras, relógios. Bolsa, blusas de frio,deixar no armário para uso dos pais na salinha do lado. Logo após, realizar higiene das mãos até o cotovelo e concluir a higienização com álcool em gel, rotinas essas que seria aplicada cada vez que eu entrasse na sala da UTI para assim poder tocar a minha bambina. Ah, e manter o cabelo amarrado. Já na sala de UTI fomos informados de se manter próximos apenas da nossa menina, não era permitido proximidade ao bebê do lado...
Quem acha que eu prestei atenção a tudo isso quando foi dito pela primeira vez esta enganado. O Rafa foi quem me recordava do passo-a-passo.
E assim, foi nosso primeiro encontro:
"Minha preciosa menina!
Minha Giovanna, toda forma de amor se materializou em ti no exato momento em que, pela primeira vez, meus olhos contemplou o seu ser."
Não deu pra conter as lágrimas. Eu não sabia que o amor mais puro e verdadeiro (o qual eu ainda não conhecia) poderia se materializar em um só ser. Ah, Giovanna, como te amei em cada detalhe de seu ser..Como te amo. Deixando que as lágrimas falasse por mim de todo esse amor, meio que desconcertada abrindo as duas portinhas arredondadas e colocando minha mão dentro da incubadora tentei tocar sua pele, ainda receosa de que qualquer toque menos suave pudesse te machucar de tão frágil que sua pele, seu corpinho me pareceu.
Minha vida estava ali diante de mim, em uma incubadora aquecida e umidificada imitando a barriga, um ser tão pequenininho, magricelinha, com a pele ainda avermelhada e grudando porque ainda estava em formação...Tinha 35 cm de cumprimento, com a baixa de peso passou de 950 gramas para 830 graminhas - o que era normal -, já que é esperado que um recém nascido tenha uma perca de até 15% do seu peso.
Em seu corpinho alguns aparelhos: a começar pelo cpap - um aparelho nasal que fornece uma pressão de ar suplementar que mantém a via aérea desobstruída. Em suma, a respiração é mais da bebê do que do aparelho em sí. Todos comemoraram por ela estar no cpap, graças a Deus que deu tempo da injeção de corticoide agir por pelo menos uma semana. No entanto era perceptível que estava incomodando, ela não parava de se mexer...Mas era o melhor pra ela.
Oxímetro de pulso - o que esta no pezinho dela. É um aparelho que mede a saturação de oxigênio no organismo, como também mostra a frequência cardíaca. O monitor que fica acima da encubadora apita a cada vez que a saturação ou os batimentos cardíacos da minha menina fica abaixo do ideal.
Namorido aperta a campainha e apesar de estar me sentindo dolorida nos pontos, levantei como quem parece estar cheia de disposição. Antes de entrar na sala em que ela estava uma enfermeira nos passa as primeiras orientações: Não é permitido o uso de anéis, pulseiras, relógios. Bolsa, blusas de frio,deixar no armário para uso dos pais na salinha do lado. Logo após, realizar higiene das mãos até o cotovelo e concluir a higienização com álcool em gel, rotinas essas que seria aplicada cada vez que eu entrasse na sala da UTI para assim poder tocar a minha bambina. Ah, e manter o cabelo amarrado. Já na sala de UTI fomos informados de se manter próximos apenas da nossa menina, não era permitido proximidade ao bebê do lado...
Quem acha que eu prestei atenção a tudo isso quando foi dito pela primeira vez esta enganado. O Rafa foi quem me recordava do passo-a-passo.
E assim, foi nosso primeiro encontro:
"Minha preciosa menina!
Minha Giovanna, toda forma de amor se materializou em ti no exato momento em que, pela primeira vez, meus olhos contemplou o seu ser."
Não deu pra conter as lágrimas. Eu não sabia que o amor mais puro e verdadeiro (o qual eu ainda não conhecia) poderia se materializar em um só ser. Ah, Giovanna, como te amei em cada detalhe de seu ser..Como te amo. Deixando que as lágrimas falasse por mim de todo esse amor, meio que desconcertada abrindo as duas portinhas arredondadas e colocando minha mão dentro da incubadora tentei tocar sua pele, ainda receosa de que qualquer toque menos suave pudesse te machucar de tão frágil que sua pele, seu corpinho me pareceu.
Minha vida estava ali diante de mim, em uma incubadora aquecida e umidificada imitando a barriga, um ser tão pequenininho, magricelinha, com a pele ainda avermelhada e grudando porque ainda estava em formação...Tinha 35 cm de cumprimento, com a baixa de peso passou de 950 gramas para 830 graminhas - o que era normal -, já que é esperado que um recém nascido tenha uma perca de até 15% do seu peso.
Em seu corpinho alguns aparelhos: a começar pelo cpap - um aparelho nasal que fornece uma pressão de ar suplementar que mantém a via aérea desobstruída. Em suma, a respiração é mais da bebê do que do aparelho em sí. Todos comemoraram por ela estar no cpap, graças a Deus que deu tempo da injeção de corticoide agir por pelo menos uma semana. No entanto era perceptível que estava incomodando, ela não parava de se mexer...Mas era o melhor pra ela.
Oxímetro de pulso - o que esta no pezinho dela. É um aparelho que mede a saturação de oxigênio no organismo, como também mostra a frequência cardíaca. O monitor que fica acima da encubadora apita a cada vez que a saturação ou os batimentos cardíacos da minha menina fica abaixo do ideal.
Sonda Oral Gástrica - é esta sondinha que vai da boquinha dela até o estomago.
Cateter Umbilical - introduzido no cordão umbilical da bebê através de um vaso sanguíneo.
Além de todas essas coisas que me assustou um pouco no primeiro instante, havia também algumas máquinas digitais ao seu redor, tudo isso pra cuidar da minha biscoitinha, que naquele momento tava mais pra farelinho de biscoito, de tão pitica que era.
A enfermeira nos informou dos horários de visita (sim, eu teria horário para poder estar ao lado de minha bambina), bem como o horário em que os médicos passam para falar com os pais. O Rafa já estava ciente de todos os horários, já que na noite anterior ele esteve com a nossa menina. Foi o primeiro a visita-la.
As 10:00 a Dra que nos atendeu nos primeiros instantes foi a Fabiana. Super esclarecedora, disse em quais condições estava a Gi, sobre o risco de prematuridade, mas também sobre todas as condutas adotadas a fim de cuidar dela da melhor forma possível, além de informar que havia diversos especialistas que cuidaram dela. (De fato é muito mais gente que trabalha na UTI do que eu já pude ver em outro setor hospitalar, pois são muitos os cuidados com os nossos pequenos).
Naquele mesmo instante eu soube que a Dra Fabiana e Dra Silvana seria as Pediatras da Gi.
Enquanto conversávamos com a médica, eu olhava ao lado para a Gi, e me sentia tão confusa...Por vezes passei mal,a Dra pediu que eu me sentasse, era uma sensação de tontura, fraqueza, um suor frio, sentia a pressão baixando,minha pele ficava mais amarela, isso não só pelo despreparo emocional de estar ali na UTI, mas acredito que também pelo pós-parto.
Antes de sairmos da sala, o Rafa assinou o termo para que fosse passado o PICC
Só de pensar no tempo que se leva para inserir o PICC eu já chorei. Sei que a bebê estaria sedada, não ia sentir a dor e foi nisso que me concentrei.
Logo apos nossa saída, liguei pra minha mãe, o Rafa pra mãe dele, e logo apos enviamos msg aos nosso amigos para contar que a Gi havia nascido. Preferimos que todos soubessem só depois que todo o susto do parto prematuro tivesse passado, e de fato foi melhor assim. Já tínhamos ideia de como nossa menina estava e mais ou menos como seria a rotina dela - e a nossa - dali em diante. E então, deixei minha amiga Rejane relatando por mim dos ocorridos, conforme seu primeiro post aqui no blog: Nasceu Giovanna, um milagre de Deus!!!! (Rê obrigada por tudo).
Ao voltarmos para o quarto fui trocada do 5° andar para o 1° - eu amei, estaria a apenas alguns passos de distância dela.
Embora num momento delicado como este de estar com nossa filha recém nascida na UTI (de 26 semanas de gestação) nós celebramos tudo na certeza de que Deus - quem fez a promessa, já a cumpriu em nossa vida, pois nossa pequena guerreira é dádiva de Deus, e assim, começamos a celebrar desde seu registro de nascimento:
A cara de acabada da mãe é um caso a parte já que eu tinha acabado de ter a bebê..rs, então foque na certidão, ó que lindeza! Coração acelerado de emoção. Ficamos olhando para o registro de nascimento dela por um bom tempo. Babando...Agradecendo a Deus pela nossa bambina...Nós celebramos tudo, com direito até a uma pizza a noite pra comemorar seu registro!!!Sim, minha filha estava viva, e apesar da prematuridade extrema e dos riscos, ela estava estável, sendo cuidada pelo melhor hospital referencia em prematuridade na América Latina, e como eu agradeço a Deus por nos proporcionar ter os recursos pra prover um bom atendimento, num local especializado, porque em tudo o que aconteceu Ele me direcionou até este hospital, pois sabia que a Gí ia precisar dos recursos tecnológicos que este hospital possui. Mais tarde minha mãe veio até o hospital achando que poderia ver a bebê,no entanto o acesso é permitido apenas aos pais. Mas ela viu as fotos...Se emocionou, "ai, como é pequenininha...." Ah minha mãe...rs De noite veio minha cunhada e amiga escudeira Vil, e celebramos com a pizza (que eu já tava querendo desde a noite anterior.). Pouco depois fui visitar novamente minha pequena, a troca de plantão já havia ocorrido e lá conheci uma das técnicas que eu tenho um super carinho e sei que é reciproco a Ro, que num gesto simples, mas pra nós super especial retirou o lacinho que estava na cabeça da Gí e disse: "Guarda pra você de presente pra quando ela estiver maior você mostrar pra ela e se lembrar que este lacinho tão pequenininho enfeitou sua cabecinha." Eu, obviamente, chorei de emoção.
ah amiga quanta emoção fico pensando todo o sofrimento tanta dor vencida
ResponderExcluirpor vocês e a força da Gi como Deus é tão maravilhoso
e mais força tem sua palavra "agindo Deus quem impedirá"
e assim amiga sua Gi vem se fortalecendo, crescendo e se desenvolvendo
no poder de Deus, que Deus continue agindo na vida maravilhosa de vocês
lindo dia bjs
http://sermamaepelasegundavez.blogspot.com.br/ .
Nossa, que post emocionante! A foto das mãos de vocês então... chorei, chorei e chorei!
ResponderExcluirDeus amiga, Ele está cuidando de vocês!
Beijo
Que Lindoo , que DEUS abençoee sua familiaa , A Gi e lindaaa , parabénsss
ResponderExcluirQue relato mais lindo! Vocês merecem todas as bênçãos que estão recebendo. A Gi é linda demais!
ResponderExcluirBjs
Minha amiga Ely, que linda sua bambina, queria tanto vê-la, nossa fiquei emocionada com a delicadeza da enfermeira e tbm com o tamanhozinho da mão da Gi no meio da mão d vcs...tudo isso é Deus mostrando que milagres acontecem a cada momento em nossas vidas...
ResponderExcluirNão precisa me agradecer nada minha amiga, foi maravilhoso, uma honra poder postar notícias d vcs principalmente a melhor notícia que já pude ter dado este ano: O nascimento da Gi!
Além disso tenho um carinho muito especial por vc minha amiga e gostaria de poder fazer mais por vcs, gostaria de poder estar mais perto e ver vcs e apoiar vcs enfim, estar ao lado d vcs neste momento e em todos os demais.
Vc sabe q te amo mto e que quero mto o bem desta linda família...
bjao
Nossa quanto emoção nesse seu post,me derramei em lagrimas. Linda foto da mãozinha da Gi com a sua,vocês são 2 guerreiras. Beijos
ResponderExcluirLer e não correr lágrimas não tem como.
ResponderExcluirLágrimas pelas belas palavras, pelo amor que prevalece e cresce a cada dia mais, pela garra da Gi, pela força de vontade de crescer e ficar linda e mostrar a todos que ela é guerreira, pelo amor imensurável de Deus por vocês.
Agradeço a Deus todos os dias pela pequena Gi, um exemplo de vida para todos nós.
Ely que Deus continuei abençoando a cada dia mais a vida de vocês. Chuva de bençãos na vida de vocês.
Beijos
Deus continue abençoando vcs 3 , uma familia que ja passou por mtas conquistas e com certeza terão muitas
ResponderExcluirparabens a familia linda =)
http://jessicaegregory.blogspot.com.br/
Lindo Ely! Voce é muito sincera com suas palavras!
ResponderExcluirParabéns!
Passei por tudo isso a 7 meses, meu bb Vinicius, mas so viveu por 23 dias, os mais longos da minha vida. lembro do rostinho dele todos os dias com muita saudade. hj estou gravida de 12 semanas, mas confeco que nao consigo conter o medo de acontecer tudo de novo. tenho iic e luto a cada dia x esse terrivel inimigo. mas pra Deus tudo e possivel. bjks.
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